[Notícia] Escolas vão reabrir neste ano, mesmo após experiências catastróficas

Helena Lima – Redação UàE – 21/09/2020

Imagem: Gerd Altmann

O retorno presencial das aulas no ensino básico e no ensino médio está sendo planejado em todos os estados do Brasil. No Amazonas, no Maranhão e no Rio Grande do Sul as aulas presenciais já iniciaram em certos níveis de ensino. Mesmo com a contaminação de muitas crianças e professores em decorrência desta decisão nesses estados, governadores em todo país defendem a reabertura das escolas ainda em 2020.

Professores da rede pública de diversos estados e municípios aprovaram greve contra o retorno presencial das atividades. Para os sindicatos, não existe condição segura para a exposição dos professores e alunos. No entanto, as ações não foram efetivas para barrar a abertura das escolas ou reorientar o planejamento dos governadores. 

Em Piauí, o governador Wellington Dias (PT) autorizou a retomada das aulas presenciais do 3° ano do ensino médio e de cursinhos pré-vestibular a partir do dia 22 de setembro, nas escolas particulares e na rede pública.

A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), foi a única que chegou a afirmar que o ensino presencial não retornaria em 2020. Em poucos dias, entretanto, recuou na proposta e divulgou que o retorno na rede privada e no ensino superior estão permitidos a partir do dia cinco de outubro no estado.

No Pará, em Santa Catarina, no Mato Grosso do Sul, em São Paulo, no Rio de Janeiro e no Espírito Santo o retorno presencial das aulas nas escolas públicas e privadas estão previstas para as primeiras semanas de outubro. Os planos estão organizados em etapas, em alguns estados começará pelo ensino superior e outros pelo ensino infantil.

Os demais estados do Brasil planejam o retorno das atividades presenciais ainda em 2020, mas sem datas definidas. A situação calamitante dos estados que retornaram as aulas ainda em agosto e a consequente repercussão fez com que muitos governadores adiassem o retorno presencial nas escolas públicas. No entanto, o horizonte de todos os estados permanece em reabrir as escolas neste ano.

As aulas presenciais do ensino médio estadual no Amazonas retornaram dia 10 de agosto. O plano de retorno gradual previa que as aulas do ensino fundamental voltariam 24 de agosto. Após 15 dias do retorno presencial no ensino médio, 342 professores da rede estadual se contaminaram com o coronavírus. 

Logo no primeiro dia da abertura das escolas em Manaus, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Amazonas (Sinteam) flagrou aglomerações na porta das escolas, distanciamento inadequado nas salas de aula, salas sem ventilação, alunos sem máscara e falta de álcool em gel.

Dessa forma, o governo do estado de Wilson Lima (PSC) foi obrigado a adiar o retorno presencial no ensino fundamental, mas manteve as aulas no ensino médio. Em evento com o setor turístico do estado no início do mês, o governador afirmou que a abertura das escolas do ensino fundamental deve acontecer em breve.

As escolas privadas do Maranhão também foram autorizadas a retornarem às aulas presenciais. Entretanto, pelo menos sete escolas da capital São Luís que aderiram suspenderam novamente as atividades presenciais em decorrência da contaminação de professores, funcionários e crianças.

Mesmo com estas experiências negativas do retorno presencial nas escolas, com a resistência dos professores de ensino básico e o contágio de muitas crianças, não há nenhum governo de estado no Brasil que se posicione de maneira contrária ao retorno das atividades presenciais nas escolas em 2020. 

Em relação ao coronavírus no país, os novos casos e os casos fatais continuam em ascensão. A reabertura de escolas causará uma movimentação muito maior nas cidades e não existe um cenário seguro em que a volta não irá significar a morte de milhares de crianças por todo o Brasil.

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