[Notícia] Após luta dos trabalhadores, Diretoria da CELESC sobe o tom contra o sindicato

Flora Gomes – Redação UFSCàE – 11/07/2023

Frente à luta dos trabalhadores da Central Elétrica de Santa Catarina (CELESC) por seus direitos, contra a terceirização e a privatização da empresa, a diretoria tem realizado práticas antissindicais para frear as mobilizações. Nas mobilizações ocorridas nos dias 01/06 e 22/06 os trabalhadores frearam a alteração do estatuto da CELESC – que ampliaria o campo para privatizações – bem como conquistaram o início das negociações em torno do Plano de Saúde e da Participação de Lucros e Resultados de 2023. A resposta da Diretoria foi punir os trabalhadores por meio de medidas que dificultam a organização sindical. 

Segundo o Boletim Intercel número 206, as medidas adotadas pela diretoria visam repreender a mobilização dos trabalhadores e dos sindicatos. Após a atuação dos trabalhadores pela defesa da CELESC pública, a Diretoria impôs restrição de acesso aos meios de comunicação (e-mail corporativo), ao mural da empresa sem autorização prévia e a proibição a amplificadores de som que são utilizados em comunicados. Além disso, a Diretoria passou a exigir que os dirigentes sindicais peçam uma autorização à Assessoria de Relações Sindicais para ter acesso aos trabalhadores. Essas práticas evidentemente dificultam a mobilização dos trabalhadores e se caracterizam como medidas antissindicais.  Há um projeto de Estado em curso que coloca à venda diversos setores estratégicos da nação, como o setor energético. A CELESC é mais uma das empresas públicas do país que vêm enfrentando pressões pela privatização. Os trabalhadores da Eletrosul, subsidiária da Eletrobras em Santa Catarina, privatizada no governo Bolsonaro, tem lutado para a manutenção dos seus empregos, segundo relatos alguns trabalhadores de Florianópolis estão inclusive sendo transferidos para estados do nordeste sem nenhuma garantia de permanecer no emprego. 

Outras empresas também estão sendo privatizadas, como a Copel no Paraná e a Cemig em Minas Gerais. A privatização da Eletrobrás já gerou mais de 2 mil demissões em 2022 e deve colocar mais 1,5 mil trabalhadores na rua com um novo Programa de Demissão Voluntária (PDV). 

Sem o controle do Estado nos setores estratégicos, há perda de controle sobre os preços. A conta de luz afeta desde o consumo individual nas casas até a composição de preço das mercadorias. Por essa razão, há também um impacto indireto no preço dos produtos. Há outros setores estratégicos sendo vendidos aos capitais, como a Petrobrás, e aeroportos, o que aponta para o caráter de projeto envolvido na venda do setor energético. 

É fundamental lutarmos contra a privatização da CELESC e de todas as outras companhias, e defendermos um projeto soberano de nação!

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