Foto: Cobertura Greve Geral em Florianópolis (SC) – 14/06/2019 – UFSC à Esquerda
Maria Alice de Carvalho – Redação UàE – 22/09/2020
Publicado originalmente em Universidade à Esquerda
Na última quinta-feira (17), os estudantes da Universidade do Estado do Pará (UEPA) se reuniram em Assembleia e deliberaram por Greve Geral contra a adoção do ensino remoto e híbrido na Universidade.
Os estudantes já se encontravam em estado de greve desde o mês de agosto, quando realizaram também uma Assembleia com as outras categorias da Universidade. Agora, após o ensino remoto ter sido aprovado no Conselho Universitário (CONSUN), os estudantes deliberaram por greve geral.
O decidido pela reitoria e pelo CONSUN da UEPA é de que as aulas sejam no formato híbrido, ou seja, uma parte no formato remoto e outra no formato presencial – o estado do Pará autorizou, recentemente, o retorno presencial de atividades de ensino, mesmo sem garantia de um retorno seguro. Além disso, a proposta da gestão da universidade é de que nos próximos cinco meses se realize, de forma comprimida, dois semestres de aula.
Os estudantes se posicionaram firmemente contra o retorno remoto, por entenderem que este deteriora totalmente a formação universitária, contra o retorno presencial sem segurança, que coloca em risco a vida de estudantes e trabalhadores da Universidade, e contra a realização de dois semestres de conteúdo em apenas cinco meses.
O Diretório Central do Estudantes da UEPA, em publicação que anuncia a declaração de greve geral dos estudantes, relatou que essa decisão ocorreu
“após constantes debates e reflexões que compreendem essas propostas de ensino como excludentes, antidemocrática e, ainda, implementada de forma arbitrária, decidido pela Gestão Superior através de um debate verticalizado, o qual exclui toda a nossa categoria, sem sequer considerar ouvir nossas múltiplas vozes. […]
O Movimento Estudantil da UEPA defende um ensino público, gratuito, popular e de qualidade. Não aceitamos a precarização e o sucateamento já recorrentes, o qual se intensificou na pandemia, em nossa universidade, seja por parte do governo de Hélder Barbalho e/ou pela Gestão Superior da UEPA!
NÃO AO ENSINO REMOTO!
NÃO A VOLTA HÍBRIDA!
NÃO A PRECARIZAÇÃO E SUCATEAMENTO DA UEPA!
QUEREMOS UM RETORNO DAS AULAS SEGUROS, RESPONSÁVEL E SEM EXCLUIR NOSSA CATEGORIA!”