Foto: Federação Única dos Petroleiros (FUP).
Maria Alice de Carvalho – Redação Universidade à Esquerda – 10/11/2021
O preço dos combustíveis teve novo aumento na última semana. Essa é a quinta semana consecutiva de alta nos preços da gasolina, do diesel e do gás de cozinha, de acordo com levantamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Segundo a Agência, o preço médio do litro da gasolina passou de R$6,562 para R$6,710, apresentando uma alta de 2,25%. O litro da gasolina já chega a ser vendido por R$7,99 nos postos pelo país, como é o caso do Rio Grande do Sul (RS), estado onde a gasolina se encontra mais cara.
No Rio de Janeiro (RJ), a gasolina pode ser encontrada por R$7,749. Em seguida, com as maiores máximas encontram-se os estados de Minas Gerais (MG), por R$7,599; Distrito Federal (DF), por R$7,499; e Pernambuco (PE), por R$7,439.
Quanto ao Diesel, entre as últimas duas semanas o preço médio do litro subiu em 2,45%, indo de R$5,211 para R$5,339. O aumento resultou na sexta semana consecutiva de aumento do diesel que, desde janeiro, já acumula uma alta de 48,05%.
Já o gás de cozinha (GLP) teve aumento de 0,43% na última semana. O preço foi de R$102,04 para R$102,48. A alta acumulada desde janeiro é de 37%.
Os preços dos combustíveis encontram-se nos maiores patamares do século. É o que indica o Observatório Social da Petrobras (OSP), instituição ligada à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps) e Instituto Latino Americano de Estudos Socioeconômicos (Ilaese).
O gás de cozinha, por exemplo, vem atingindo seu maior preço do século mês a mês. O mesmo ocorre com o diesel, que vem mensalmente quebrando seu recorde desde maio deste ano. A gasolina alcançou seu maior patamar de preço em outubro.
De acordo com levantamento realizado pelo OSP, desde que foi implementado o Preço de Paridade de Importação (PPI) em 2016, a gasolina já registrou um aumento real (considerando a inflação) de 39%, com ajuste nominal (sem o ajuste da inflação) de 79%. Já o litro do diesel ultrapassou a inflação em 28,7%, com crescimento nominal de 60%. E o gás de cozinha obteve alta real de 48% acima da inflação e aumento nominal de 84%.
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O preço dos combustíveis tem incidido também diretamente no preço dos alimentos. Com o aumento da gasolina esta semana, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou para 1,25%, tendo registrado em setembro taxa de 1,16% (considerando a inflação oficial do país). Os dados foram divulgados hoje (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que ressaltou ser essa a maior variação para um mês de outubro desde 2002.
Com isso, a inflação acumula uma alta de 8,24% no ano e de 10,67% nos últimos 12 meses. Esse é o maior índice para um intervalo de 1 ano desde janeiro de 2016 (10,71%).