Foto: Reprodução/ CSP Conlutas RJ.

[Notícia] Garis permanecem em greve no Rio de Janeiro!

Foto: Reprodução/ CSP Conlutas RJ.

Maria Alice de CarvalhoRedação Universidade à Esquerda – 31/03/2022

Os trabalhadores garis da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) encontram-se em greve desde a última segunda-feira (28). Os trabalhadores reivindicam o reajuste salarial de 25%, reajuste de 25% no tíquete alimentação, a conclusão do Plano de Cargos Carreiras e Salários (PCCS) e a implantação do Adicional de Insalubridade para os Agentes de Preparo de Alimentos (APAs).

A categoria já se encontra há 3 anos sem reajuste, sofrendo os duros impactos da inflação que temos enfrentado nos últimos anos.

A greve iniciou após uma assembleia realizada em 23 de março, no Guadalupe Country Club, onde a categoria decidiu rejeitar a proposta do prefeito Eduardo Paes de conceder um aumento de 4% no salário dos garis. Os trabalhadores exigem desde então um aumento e condições de trabalho mais justas, passando por cima até mesmo da direção do Sindicato que tentou manter uma posição de conciliação com a prefeitura e com a Comlurb. Após essa Assembleia, os garis ocuparam as pistas da Avenida Brasil em manifestação.

 

Tentativa de conciliação e continuidade da greve

Na tarde de ontem (30), foi realizada uma audiência para tentativa de negociação entre o Sindicato dos Empregados de Empresas de Asseio e Conservação do Município do Rio (Siemaco-RJ) e a Comlurb que, em parceria com o Ministério Público, propôs um reajuste salarial de apenas 5% (dividido em duas partes: 6% em março e 2% em agosto) e 3% de aumento no tíquete de alimentação.

Durante as tratativas para conciliação, os trabalhadores estavam reunidos em frente ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT), onde a audiência ocorria. Após o fim da audiência, os trabalhadores em assembleia, no mesmo local, decidiram por rejeitar a proposta da Comlurb e manter a greve.

A construção da greve e propostas de negociação serão discutidas também na tarde de hoje, em Assembleia na Cinelândia às 15h.

 

Criminalização da greve

Na noite de terça-feira (29), a Comlurb informou que a Justiça do Trabalho, após pedido da empresa, estabeleceu uma multa de R$200 mil por dia de greve ao sindicato. Ficou estabelecido que o sindicato tem 48h para o pagamento da multa sob pena de execução.

De acordo com o Sindicato, que está apresentando defesa contrária à decisão que declarou ilegalidade da greve, a legislação segue sendo respeitada. Um contingente mínimo do serviço segue sendo realizado e a coleta em hospitais, escolas e feiras livres está mantida mesmo durante a greve

Quanto à multa, o Siemaco-RJ declarou que “A empresa chegou a se regozijar da multa de R$200 mil por dia contra o nosso sindicato que a desembargadora estabeleceu pela continuidade da greve. Eles têm o poder político e econômico. Nós temos a integral solidariedade da população e a nossa própria força, nossa união e nossa garra!”

A nota do Sindicato também declara: “A culpa por nossa greve, prezado prefeito, é o fato de que esta sua intransigência se choca moralmente com todo o compromisso, esforço e coragem demonstrados pelos garis e demais funcionários da Comlurb durante a pandemia, trabalhando nas ruas, nos hospitais e onde fossem chamados. Para nós não teve ‘fique em casa’. E isso com os salários arrochados”.

 

Todo apoio e solidariedade à luta dos garis no Rio de Janeiro!

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