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Lara Albuquerque – Redação UFSC à Esquerda
Na tarde de hoje, os trabalhadores Técnicos Administrativos em Educação realizaram Assembleia Geral da categoria no hall da reitoria do Campus Trindade. Ontem (04/05) a greve dos TAEs completou um mês e hoje a principal discussão da assembleia foi a pauta local. Para isso, os pontos foram organizados em uma carta de reivindicações locais para pressionar a reitoria em relação as pautas que lhe dizem respeito.
Os pontos concentram-se principalmente sobre a condição de trabalho que os TAEs encontraram ao retornar ao trabalho presencial nos campi da UFSC. Problemas antigos que foram se agravando com o período de trabalho remoto como infiltração, mofo, goteiras, fiação expostas, etc. Inclusive, semana passada, no banheiro do CFH ocorreu um incêndio. Trabalhadores do setor e estudantes do centro de ensino relatam que no local já havia problemas com fiação e há a desconfiança que o incêndio tenha sido provocado por curto circuito. Esse incêncio, longe de ser um caso isolado, foi um sinal de uma situação que pode se repetir em outros setores. Por isso a pauta dos TAEs é também pela segurança de toda a comunidade universitária.
Outra questão importante dos pontos de reivindicação dos TAEs concentra-se na alimentação dos trabalhadores. Há quase um ano, em junho de 2021, em meio a pandemia, a reitoria e a direção da EBSERH suspenderam a alimentação oferecida aos trabalhadores do Hospital Universitário que realizam plantões por diversas horas. Mesmo após muitas manifestações, audiências e reivindicações encaminhadas à reitoria de Ubaldo Balthazar a situação se mantém até hoje.
Além da alimentação aos trabalhadores do HU, os TAEs reivindicam a manutenção do preço do passe do RU para a categoria. Atualmente os TAEs não podem jantar no restaurante apenas almoçar. O preço cobrado pelo passe é R$2,90 e está ameaçado pela reitoria, podendo alcançar um aumento expressivo de quase 400%, chegando a R$13,68. Em meio a crise, congelamento dos salários por anos e alta dos preços é um ataque direto que atinge em cheio a vida dos TAEs e suas famílias. E pode abrir o caminho para aumentar o passe dos estudantes.
A reitoria também tem implementado o SISREF, um sistema de controle de frequência, ligado diretamente ao Ministério da Economia. O que prejudica em muito as relações e fluxos de trabalho, uma intervenção direta do governo federal sob a presidência de Bolsonaro.
Todos os pontos da carta foram lidos, debatidos e aprovados pela assembleia da tarde de hoje. Diversas outras questões complementam a pauta como, por exemplo, a não perseguição e corte de salários dos grevistas e pontos de solidariedade a pautas estudantis. Após a conclusão da carta, os trabalhadores subiram em ato até o gabinete do reitor e exigiram a abertura de negociação com a categoria.
Ubaldo se disse contrário ao corte de ponto dos grevistas e considerou os pontos de reivindicações relevantes. Porém afirmou também que é necessário que ele faça um diálogo com os pró-reitores, uma evidente tentativa de não se comprometer de pronto com as questões do movimento grevista.
Na próxima quarta-feira, dia 11 de maio às 14h, os TAEs realizarão nova assembleia para avaliar como andará a negociação até lá e os próximos passos da categoria. Uma reunião de negociação com a reitoria deve ocorrer no dia 10. Houve participação na assembleia nos demais campi da UFSC espalhados pelo estado de Santa Catarina. Em Curitibanos os TAEs organizaram a pauta local e ato pelo campus.
Confira o documento completo e fotos do dia de hoje.