Imagem: Cartaz do Dia Nacional de Luta Antimanicomial em ato em Florianópolis/SC, 18 de maio de 2022. Foto: Daniella Pichetti.

[Notícia] 18 de maio: Ato da Luta Antimanicomial em Florianópolis

Caroline Custódio – UFSC à Esquerda – 18/05/2022

O dia 18 de maio marca no Brasil o Dia Nacional da Luta Antimanicomial. A luta ocorre todos os anos por uma forma de cuidado e tratamento da loucura em liberdade, distante da lógica violenta e aprisionante dos manicômios. O dia 18 de maio lembra a luta histórica travada por diversos setores da sociedade na Reforma Psiquiátrica Brasileira, sobretudo na década de 1970, e também nos lembra que há ainda muito que construir e disputar politicamente no que tange às políticas públicas de saúde mental e forma de organização da sociedade capitalista.

Em Florianópolis, como forma de mobilização, ocorreu um ato no Largo da Alfândega na tarde de hoje que reuniu trabalhadores, usuários dos serviços de saúde mental, coletivos, entidades, organizações e diversas pessoas em luta. Parte dos manifestantes vieram desde o Centro de Atenção Psicossocial II (CAPS – Ponta do Coral), que se localiza agora no Estreito; trabalhadores e usuários do serviço já vinham desde o início da semana discutindo a pauta e elaborando conjuntamente materiais para o ato.

O CAPS – Ponta do Coral foi realocado para o Estreito, na parte continental de Florianópolis, em 2019. Antes o serviço de referência se localizava dentro da Ilha, no bairro Agronômica. A realocação foi feita de forma atropelada e sem diálogo com os trabalhadores e usuários, e a expectativa era de que o casarão na Agronômica fosse revitalizado para que o CAPS retornasse a ocupá-lo; mas desde então a estrutura encontra-se abandonada e em estado de degeneração.

Essa mudança afetou tanto os trabalhadores quanto os usuários, que já possuíam um vínculo com o espaço do CAPS; com a mudança para um local mais distante, muitos deixaram de frequentar o serviço. Além disso, o local em que se aloja o CAPS no Estreito tem diversas limitações de espaço, impedindo a realização de atividades grupais ao ar livre, como era de costume ocorrer. Uma atividade que ocorria há bastante tempo e que ficou prejudicada foi o Teatro Utu Suru Baco Smica.

Além disso, o CAPS enfrenta diariamente diversas consequências de cortes orçamentários e precarização do serviço que afetam os trabalhadores, como problemas de infraestrutura e de cortes de recursos.

Esse cenário ressalta que a luta no campo das políticas públicas de saúde mental é cotidiano, como lembram Luana Mota da Costa, enfermeira do CAPS; Amália Einharbt, assistente social do CAPS; e Ana Carla Ribas, assiste social do CAPS, que falaram hoje ao UFSC à Esquerda sobre a importância da construção das lutas antimanicomiais e da importância de se construir cotidianamente o cuidado em liberdade.

Também falaram conosco as estudantes Tayna Ribas, Daniella Pichetti e Rita de Cássia, que constroem atualmente o Centro Acadêmico Livre de Psicologia (CALPsi) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A entidade estudantil se fez presente no ato e desde o início da semana também realizou outras atividades de mobilização com os estudantes, como reuniões, cinedebate e produção de materiais para o ato.

As estudantes do CALPsi falaram ao UFSC à Esquerda sobre a importância de se pensar sobre a situação dos serviços públicos de saúde mental e de se mobilizar na atual conjuntura do país. 

A participação das entidades estudantis nas lutas e debates da cidade são de extrema importância.

Confira algumas imagens registradas no ato de hoje, em Florianópolis:

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