Amanda Alexandroni – Redação UFSCàE – 09/06/2022
Hoje ocorreu pela primeira vez neste ano um ato nacional pela defesa das universidades públicas. Chamado pela União Nacional dos Estudantes (UNE), a mobilização foi motivada pelos recentes cortes na educação , que chegam a mais de R$ 6 bilhões, e pela apresentação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 206/2019, que visa instituir a cobrança de mensalidade em cursos públicos de graduação. Em Florianópolis, o ato contou principalmente com estudantes das universidades e do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC).
Na UFSC, os efeitos dos cortes precedentes já são sentidos fortemente no cotidiano estudantil. As condições infra estruturais são tão precárias que os estudantes circulam por prédios que estão a ponto de desabar, ou ainda, que pegam fogo.
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Para Daniela, da décima fase do curso de psicologia da UFSC, a construção de mobilizações como essas são extremamente importantes:
“É muito importante a ocupação das ruas pelos estudantes nesse momento em que estamos sob ataque de diversas formas. Na UFSC, voltamos para as aulas presenciais sem as mínimas condições de infraestrutura, o início do semestre foi marcado pelo incêndio e ameaça de reitor interventor na votação da lista tríplice. Com os novos cortes de 6 bilhões na Educação e no Ministério da Ciência e Tecnologia o cenário fica ainda mais trágico. A precariedade para manter os serviços básicos de luz , água e limpeza já se mostra e os cortes também já impedem que se realize o ensino, a pesquisa e a extensão. Sentimos os efeitos dessa política de ataque direto à educação em nosso cotidiano, nos estágios, na moradia estudantil, na alimentação. O ato é contra os cortes brutais na educação e contra a lógica privatizante que esse governo impõe para as IFES. A luta e a construção do nosso projeto por uma educação pública é urgente e devemos continuar em movimento sem medo de afirmar o que queremos.”
Confira alguns registros feitos pelo UFSCàE do ato de hoje:
Não faltam motivos para que os/as trabalhores/as ocupem as ruas contra as medidas que vem sendo tomadas nos últimos anos. Além dos ataques contra as universidades, a alta nos preços dos combustíveis e do gás de cozinha, a política imobiliária que compromete grande parte da renda dos trabalhadores, o aumento diário no preço dos alimentos, entre outras questões, empurram a classe trabalhadora brasileira para condições cada vez mais brutais. A essa violência, precisamos responder com nossa força de mobilização!