Imagem: cartaz de divulgação da greve geral das Centrais Sindicais
Clara Fernandez – Redação UàE – 14/03/2017
Amanhã o país tem pela frente mais um dia de lutas, atos e paralisações chamando para a construção da Greve Geral visando o enfrentamento da Reforma da Previdência que vem sendo levada a diante a todo vapor pelo congresso e o governo Temer.
As justificativas para a reforma tentam se sustentar perante insistentes afirmações de que há um rombo na previdência, ainda que os números da seguridade social apresentem um superávit entre 2006 e 2014 acumulado em cerca de 658 bilhões de reais entre os anos de 2005 e 2015[1]. O que os defensores da proposta não podem assumir, é que o rombo da previdência na verdade trata-se de um desvio dos valores da seguridade social. Desde a desvinculação das receitas da união implementadas por Fernando Henrique Cardoso, os fundos de previdência vem sistematicamente sendo transferidos para uma série de outros destinos, incluso entre eles o pagamento da dívida pública. Ou seja, trata-se mais uma vez de tentar justificar cortes na carne dos trabalhadores para bancar a transferência direta de recursos públicos para o bolso do Capital Financeiro.
Longe de acabar com este problema, a reforma só tende a aprofundá-lo, com o aumento do tempo de contribuição que era de 30 anos para homens e 25 para mulheres, para ambos com 49 anos; aumento da idade mínima de ambos para 65 anos para poder solicitar o direito – o que só seria possível começando a trabalhar aos 16 anos e desconsiderando qualquer período de trabalho informal, pausa para estudos ou mesmo desemprego; além de desvincular o piso previdenciário do salário mínimo. Quando se coloca as contas no lápis o destino visível no horizonte é o de morrer sem se aposentar[2] e a intensificação de trabalhos em situações extremas de degradação da saúde do trabalhador, o que permite que a transferência do fundo dos trabalhadores para o fundo privado siga em sua normalidade e ainda torna mais viavel a migração de setores mais estáveis da classe para o setor privado de previdências.
Não é possível seguir na normalidade das atividades enquanto a burguesia aprofunda seu projeto parasitário do fundo público que é conquista de anos de acúmulo dos trabalhadores brasileiros. Em Florianópolis, os servidores públicos municipais e os bancários deliberaram pela paralisação durante todo o dia, assim como os Técnicos-Administrativos em Educação da UFSC e os professores filiados ao Andes. Já os trabalhadores do transporte, irão aderir à paralisação a partir das 16h, hora em que inicia o ato unificado no Centro.
Desde o início da semana, algumas discussões sobre a Reforma da Previdência já vem ocorrendo na UFSC. Na segunda-feira, dia 13, o Andes chamou uma mesa de discussão e há poucas horas atrás o Centro Acadêmico de Geografia realizou uma mesa sobre o tema, além de uma atividade de debate no IFSC da Mauro Ramos que ocorreu durante a manhã de hoje.
Para esta Quarta-feira, o Andes UFSC realiza uma roda de conversa às 10h, na sala 217 do Centro Socioeconômico (CSE) da UFSC, com o tema “Por que paramos em 15 de março?”. O fórum de lutas em defesa dos direitos trabalhistas e da aposentadoria estará das 05h da manhã ao 12h realizando panfletagem e concentração junto a diversos sindicatos em vários pontos da cidade e ao 12h30 realiza uma apresentação teatral e panfletagem em frente a Catedral no centro. Confira abaixo a programação completa organizada pelo fórum:
Há ainda uma série de Assembleias de várias categorias de trabalhadores ocorrendo ao longo do dia, o cronograma delas também foi organizado pelo fórum e pode ser conferido abaixo:
Possibilidades para se unir e fortalecer a luta não faltam por toda a cidade! Na última quarta-feria, a grande marcha das mulheres na Greve de 8 de Março deram uma demonstração de força e urgência na defesa dos nossos direitos, mais uma vez é hora de somarmos nas lutas da classe trabalhadora junto ao restante do país! Rumo à Greve Geral!
[2]http://especiais.g1.globo.com/economia/2016/calculadora-nova-regra-aposentadoria/