Flora Gomes – Redação UàE – 22/07/2022
Foram registradas ao menos 18 mortes nesta quinta-feira (21/07) em razão de uma operação das polícias Civil e Militar no Complexo do Alemão, zona norte da cidade do Rio de Janeiro. Dentre as pessoas mortas, 16 eram suspeitos de integrar uma quadrilha de roubo de veículos. As outras duas pessoas foram um Policial e uma moradora do Recreio , Letícia, que estava dentro de um carro próximo ao local da operação. Essa foi a quarta operação mais letal da história do Rio de Janeiro.
Ao todo, 400 policiais do Batalhão de Operações Policiais da Polícia Militar (BOPE) e da Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil (CORE) estiveram na operação, além de 10 blindados e um helicóptero. Fabrício Oliveira, coordenador da CORE, afirmou em coletiva de imprensa que haveria pessoas usadas por criminosos para fazer “baderna” durante a atuação.
A operação foi justificada para frear um grupo criminoso que teria sido responsável por roubos de veículos, cargas e combustíveis na capital carioca e na Baixada Fluminense. Além disso, os policiais citaram roubos em agências bancárias no interior.
Segundo o namorado da Letícia, Denilson Glória, que presenciou o tiro vindo da arma de um policial, a operação teria sido organizada “para matar”. Nas redes sociais, moradores afirmaram viver um clima de guerra, com invasão de casas feitas por policiais e intensa troca de tiros. Circulam imagens de fotos e vídeos de moradores da própria comunidade resgatando as pessoas feridas durante o episódio.
O Ministério Público do Rio de Janeiro afirmou acompanhar a operação e que irá avaliar as medidas cabíveis. Já o Governador do Rio, Cláudio Castro, do Partido Liberal, afirmou que as forças de segurança teriam sido covardemente atacadas durante a operação.
Na mesma semana em que um homem é morto por tiros da PM à queima roupa em Contagem/MG, a operação que ocorreu no Complexo do Alemão nesta quinta-feira ocupa o posto de a quarta mais letal da história do Rio.