Maria Alice de Carvalho – Redação Universidade à Esquerda – 03/08/2022
Movimentos sociais, estudantis, sindicais e partidos políticos no Brasil convocam a população a ocupar as ruas no dia 11 de Agosto sob o mote de defesa da democracia e de eleições livres.
O ato foi inicialmente chamado pela Campanha Fora Bolsonaro, que reúne diferentes forças políticas que atuam hoje nas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular. Os atos vêm sendo ativamente convocados também por entidades estudantis, uma vez que em 11 de agosto é comemorado o dia do estudante e as entidades buscarão marcar esse dia ocupando as ruas do país em luta pela educação e se mobilizando também em torno de outras pautas que marcam duramente a carne da população brasileira hoje.
Os atos são convocados em um contexto de ascenso de manifestações do atual presidente da República Jair Bolsonaro sobre sua intenção em dar um golpe no país caso perca as eleições presidenciais de 2022. O presidente tem realizado falas e disseminado informações que criam um clima de insegurança com o atual sistema eleitoral brasileiro, algo que ele já realiza desde as eleições de 2018, quando venceu e se tornou presidente.
Desde o 7 de setembro do ano passado (2021), porém, a possibilidade de um golpe tem se mostrado mais presente no horizonte. Bolsonaro já realizou falas públicas em que afirma que, caso não vença as eleições, seu destino e de seus filhos provavelmente será a prisão e que, diante disso, há para ele apenas duas saídas: se manter no poder ou a morte; e que a última não está colocada para ele como opção.
Com a candidatura de Lula (PT) à presidência, a ampla maioria do campo da esquerda – que envolve um largo espectro – tem apostado no voto no Partido dos Trabalhadores (PT) já no primeiro turno como única saída frente à ameaça de golpe e ao cenário desumano que vive a população brasileira na atual crise; mas, ainda assim, há quem aposte na luta que se constrói nas ruas como forma de disputa política no país.
Os atos de 11 de Agosto com certeza serão ocupados tanto por aqueles que apostam apenas na via eleitoral quanto por aqueles que apostam na luta de massas; caberá às forças da esquerda e à própria população disputar o sentido desses atos.
Para além da grave ameaça de golpe no país, a classe trabalhadora brasileira enfrenta uma das crises mais agressivas ao seu presente e futuro. A fome, subnutrição, desemprego, violência, falta de moradia e ausência de perspectivas de mudança para o futuro assolam a classe trabalhadora brasileira. Esse é o contexto em que se propõe ocupar as ruas no Brasil; e são essas as questões que deverão aparecer nos atos.
Os atos do dia 11 de Agosto, que vêm sendo chamados como “Mobilização nacional em defesa da democracia e por eleições livres”, estão sendo organizados em cidades de todo o país. Os locais e horários deverão ser divulgados nos próximos dias, conforme são definidos localmente pelos organizadores dos atos. Até o momento, pelo menos 10 capitais já confirmaram atos em suas cidades: São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) Salvador (BA), Goiânia (GO), Manaus (AM), Distrito Federal (DF), Fortaleza (CE), Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR) e Florianópolis (SC).
Em São Paulo, o ato deve iniciar às 17h na Avenida Paulista, em frente ao MASP.
Mais um ato nacional, sob o mote “Voltar às ruas em defesa da democracia e de eleições livres e contra a violência política”, que vem inicialmente sendo chamado pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, deve ocorrer em 10 de setembro.
Em 7 de setembro, as ruas também deverão ser ocupadas tanto por movimentos mobilizados em torno do atual presidente Bolsonaro, que vem convocando e mobilizando suas bases, quanto por movimentos de esquerda.
Buscaremos seguir noticiando e atualizando as informações sobre os atos de rua no país.