O Centro de convivência da UFSC, um prédio com história.

Foto: UFSC à Esquerda

Morgana Martins* – Redação do UàE – 10/04/2017

O Centro de Convivência foi construído no período de ditadura militar e teve papel importante na união dos estudantes para o enfrentamento e resistência à ditadura. Foi durante essa conjuntura em que foi possível a criação dos Centros Acadêmicos Livres e Independentes, assim como o surgimento de um Diretório Central dos Estudantes com caráter livre e desvinculado da instituição. A sede do DCE passou então do centro da cidade para o Centro de Convivência no campus Trindade. Também, nesse período, foi travada a luta pela conquista de um Hospital Universitário público. Após a queda da ditadura o movimento estudantil perdeu sua força e começaram as tentativas da reitoria em recuperar o prédio, na tentativa de esvaziar seu caráter de luta estudantil.

Contra isso, até mesmo algumas gestões do DCE fizeram propostas para reformas e garantia de segurança do prédio, mas nada foi concretizado. Ou seja, a partir desse resgate histórico, é possível perceber que o prédio carrega todo um histórico de lutas que foram travadas no seu interior, as quais devem ser trazidas à tona para que as novas gestões e os novos estudantes da Universidade percebam a sua importância como local de integração, organização e ocupação dos estudantes – como um local político e também cultural.

Logo, é preciso defender o espaço como nosso – da comunidade, não só acadêmica – pensando em alternativa​s para reconstrução do espaço e de um DCE capaz de reivindicar novamente a importância desse espaço. O argumento da reitoria para a desocupação e fechamento do Centro de Convivência é de que a estrutura já não está mais adequada.

Entretanto em seus planos não realizou consulta à comunidade que realmente utiliza aquele espaço – atualmente o local é utilizado para ensaios de coletivos culturais. Diante da importância de resgatar o papel deste espaço para o movimento estudantil da UFSC, os encaminhamentos da reunião giram em torno de fazer mobilizações para dar visibilidade à carga histórica do patrimônio e fazer solicitações de documentos acerca da estrutura do prédio, para que, assim, sejam pensados novos rumos para a luta de recuperação do Centro de Convivência!

Não deixe o Convivência morrer!

*O texto é de inteira responsabilidade do autor e pode não refletir a opinião do Jornal.

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