Trabalhadores da Ebserh decretam greve no HU-UFSC. 28 set. 2022. Foto: UFSC à Esquerda.

[Notícia] Greve dos trabalhadores da EBSERH no Hospital Universitário da UFSC completa 4 dias

Movimento luta por reajuste salarial e melhores condições de trabalho

Thiago Zandoná – Redação UFSC à Esquerda – 29/09/2022

Trabalhadores da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) no Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago (HU-UFSC) estão em greve desde segunda-feira (26). A greve tem acontecido nacionalmente desde quarta-feira (21) e a bandeira principal é pelo reajuste linear de 22,3% na tabela salarial vigente de todos os trabalhadores. A categoria está sem reajuste há mais de três anos, marcado por um período de crise, pandemia e alta da inflação. 

No HU de Florianópolis, a greve tem ganhado adesão dia a dia. Na quarta-feira (28), devido ao movimento grevista, a superintendência do hospital anunciou o cancelamento das cirurgias eletivas mantendo apenas as cirurgias de emergência. 

Carolina, técnica de enfermagem no HU explica que a greve não busca prejudicar a população, mas ao contrário melhorar as condições de trabalho e de atendimento. Devido a falta de contratações, o HU chegou a fechar a emergência pediátrica no começo de setembro. 

Trabalhadores do hospital também relatam que a falta de número adequado têm precarizado o atendimento. O número de pacientes por enfermeiro e técnico de enfermagem é muitas vezes o dobro ou o triplo do recomendado pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen). explicou uma trabalhadora.

O movimento de greve começou devido ao não cumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), firmado em 2019, por parte da Ebserh. 

Os trabalhadores da EBSERH em Florianópolis se organizam através do Sindicato dos trabalhadores no serviço público federal – SC. O Sintufsc (Sindicato dos Trabalhadores da UFSC) declarou ao UFSC à Esquerda que apoia e se solidariza com a greve.

Carolina denuncia que a empresa busca alterar o pagamento por insalubridade. Casos de grave insalubridade, em que o trabalhador recebia 40% a mais em relação ao salário-base, começa a ser considerado como insalubridade média (20% do salário). Além disso, a empresa busca anexar este percentual não mais ao salário-base, mas ao salário mínimo nacional.

A situação é crítica. Enfermeiros e técnicos de enfermagem que trabalharam arduamente durante toda a pandemia da Covid-19 vêem seus salários sendo corroídos pela falta de reajuste em meio à inflação galopante e intensificação cada vez maior das jornadas de trabalho.

A greve nacional abarcava 19 estados e o Distrito Federal até terça-feira (27) e já é considerada histórica pela Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef). Uma audiência de conciliação que acontece nesta quinta-feira (29) pode resultar em alguma negociação total ou parcial.

Enquanto não se chega a um acordo, trabalhadores seguem mobilizados contra a precarização do trabalho e do HU. 

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