Há, infelizmente, organizações que, hoje, estão ou permanecem extremamente afastadas do compromisso de construir um movimento estudantil pela base. Em uma reunião chamada pelo MUP para discutir as eleições do DCE deste ano, Henrique Martins da Juventude Comunista Avançando (JCA) se posicionou contrário à participação de estudantes do jornal UFSC à Esquerda. Segundo ele, a reunião, planejada pelo MUP, era direcionada apenas para as organizações. Com exceção do Alicerce e do PSOL, que se posicionaram contrários à exclusão, nenhum outro representante das demais organizações presentes (MAIS, UJC) se manifestou.
É preciso tomar atenção! O modo como este processo começou a ser construído está completamente equivocado. Não é com reuniões privadas entre as organizações que será construída uma mudança real no movimento estudantil, como hoje se encontra. A questão não é se será incluso e aberto este processo de construção de chapa, posteriormente, para os estudantes não organizados, mas a problemática maior é que justamente a estrutura central desta possível chapa está sendo construída com base num debate privado.
Não é possível continuar pensando de maneira fechada em um cenário que nos leva cada vez mais para um abismo irretornável. A presença efetiva dos estudantes é uma necessidade para que se possa contornar a atual situação em que se encontra o país. Mas não basta apenas incluir de maneira ilusória quando as condições já estão anteriormente dadas, é preciso que a construção seja coletiva com as bases – como, por exemplo, a participação massiva dos centros acadêmicos.
A história já mostrou quais são os resultados de uma construção desconectada com o debate e as ações dos estudantes, como as últimas gestões de esquerda do DCE. Se o movimento estiver apartado do cotidiano estudantil, não se saíra de onde está. É preciso largar esse vício, e se comprometer com a inserção honesta e íntegra entre os estudantes, do contrário não há nada de novo a se esperar.