José Braga* – Redação UàE – 16/10/2017
Está ocorrendo neste mês a eleição da direção da Associação de Pós Graduandos da UFSC (APG). Há uma chapa inscrita: Chapa 1 – “Quem tem coragem!”. A votação será no dia 31 de outubro, de acordo com o regimento eleitoral.
Escolhas como esta não dizem respeito apenas a quem estará à frente das entidades, mas também sobre os rumos dos movimentos – suas propostas estratégicas. Por isso são momentos importantíssimos de reflexão coletiva. Tendo em vista a decisão que os pós-graduandos irão tomar nos próximos dias, penso que é propício debater uma questão fundamental: Qual a necessidade ou importância de uma entidade organizativa própria? Por que um movimento próprio dos pós-graduandos?
Lendo os últimos boletins publicados pela APG podemos ter uma ideia das lutas dos estudantes da pós: permanência; o centro de convivência; lutas contra os desmontes dos serviços públicos e as reformas contra a classe trabalhadora; defesa da universidade pública; contra os cortes de recursos para pesquisa. Estas não são também pautas dos estudantes de graduação?
Não se trata de negar que há diferenças nas vivências entre a graduação e a pós. E tampouco que talvez algumas pautas possam ser distintas. Mas de pensar de que modo nos movimentos nos organizar para dispor nossas energias e lutar na defesa da Universidade em suas distintas expressões. Se os estudantes de pós e de graduação estivessem organizados juntos no Diretório Central dos Estudantes isto não fortaleceria a ambos em suas lutas? Suas lutas não são em última instância lutas comuns?
O modo como o capital organiza a sociedade produz mesmo em nossos movimentos um conjunto de cisões. Não é o momento de pensarmos e debatermos o que nos une?
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