Assembleia de Greve dos TAEs de 24 de junho de 2015 – Fonte: SINTUFSC[/caption]
No último dia 8 julho, a proposta de criação de um Comando Unificado de Greve na UFSC foi discutida e aprovada em Assembleia dos Técnicos. O assunto já havia sido abordado em Assembleia no dia 24 de junho, quando a direção do SINTUFSC, alinhada com a direção da APUFSC, procurou de todo o modo desqualificar não apenas a proposta de união entre as categorias, como também desqualificar a própria greve dos docentes e as pessoas que ali vieram para dialogar. Entre as ações dos diretores do SINTUFSC naquela Assembleia figuraram: proibir falas de docentes; cortar o microfone de mulheres e gritar com elas; além de assédios localizados às pessoas que lá estavam.
Nesse meio tempo transcorrido entre as Assembleias, a direção do SINTUFSC empenhou-se em desorganizar a luta de sua própria categoria e evitar o diálogo com as outras. Iniciaram-se e findaram-se a Greve Estudantil no Colégio de Aplicação e a Ocupação da Reitoria da UFSC, enquanto a direção do SINTUFSC procurava pautar no Comando Local de Greve debates em relação ao “horário de distribuição do ticket”, “quem pode ou não pintar faixas”, etc. No dia 30 de junho, quando da Ocupação da Reitoria, é memorável a cena do diretor sindical do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) ao tentar intimidar os estudantes da ocupação, a ponto de a própria juventude do partido (União da Juventude Socialista – UJS) precisar ter de “conversar de canto” com esse diretor sobre a postura do “camarada”.
Essas frações do PT e do PCdoB dentro da direção do SINTUFSC não hesitaram em cumprir fielmente a política do Governo Federal dentro do movimento sindical. O Governo fez-se presente nas mesas de Assembleia, na coordenação de reuniões de Comando, nos assédios localizados, e nas omissões que se sucederam perante os ataques aos trabalhadores e estudantes. A truculência de determinados atos, como tapas na mesa em reunião de comando e o xingamento a outros trabalhadores, só é comparável ao disciplinado empenho de se manter a ordem, o medo e o imobilismo. E não é por outra razão que a tentativa de se destruir a proposta de unificação das lutas merece tamanho esmero por parte desses prepostos do Governo. Caso o Comando Unificado existisse há mais tempo, tanto a Greve Estudantil no Colégio de Aplicação, quanto a Ocupação da Reitoria da UFSC, poderiam ter desfechos distintos.
O Comando Unificado, ainda que tardio, representa uma forte ameaça a esse imobilismo patrocinado pelos prepostos do Governo Federal dentro do movimento sindical. Deixa mais difícil incutir o medo em trabalhadores, que já não aceitam como “natural” as posturas de dirigentes que tentam impor tudo na base do grito e da violência física. Paulatinamente desenha-se o esboço de uma subversão da ordem, um processo de negação de divisões simplistas e de estratégias isoladas. E sim, entre os maiores temores de tais prepostos governistas diante do Comando Unificado, figura o de que surja entre os técnicos uma insurreição ante os “donos do SINTUFSC” – algo semelhante ao que já se dá entre os professores ante os “donos da APUFSC”.
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