Imagem: Urna eletrônica. Fonte: TSE.
Beatriz Costa – Redação UàE – 04/09/2018
As eleições 2018 apresentam um cenário bastante caótico, com muitas candidaturas ao cargo de presidente da república e menos tempo para as campanhas eleitorais. O primeiro turno do pleito acontecerá dia 7 de outubro e o segundo turno dia 28 de outubro. Neste ano, foram introduzidas modificações aprovadas pelo Congresso Nacional na Reforma Política de 2017, por meio das leis n° 13.487 e nº 13.488.
Nesta sexta-feira (31), iniciou-se a propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão, o período foi reduzido de 45 para 35 dias. Os programas têm 25 minutos. Nas terças, quintas e sábados, metade do tempo é dividida entre os 13 presidenciáveis e metade entre os candidatos à deputado federal. Nas segundas, quartas e sextas são apresentados os candidatos a governador, senadores e deputados estaduais. No rádio, haverá um bloco às 7h e outro às 12h. Na TV, o primeiro bloco será às 13h e o segundo, às 20h30. Além disso, de segunda-feira a domingo, 70 minutos diários serão reservados para a propaganda gratuita na forma de inserções de 30 segundos.
Apenas 5 das 13 coligações terão tempo superior à 30 segundos. Uma das opções para os candidatos é fazer acordos para acumular segundos e aparecer menos vezes, mas por um período maior, no horário eleitoral gratuito. Vera Lucia (PSTU), João Goulart Filho (PPL) e João Amoêdo (Novo) têm apenas 5 seg cada. Cabo Daciolo (Patriota), Jair Bolsonaro (PSL) e Eymael (DC), 8 seg cada. Giulherme Boulos (PSOL, PCB) tem 13 seg, Marina Silva (Rede, PV) 21 seg, Ciro Gomes (PDT, Avante) 38 seg e Alvaro Dias (Podemos, PSC, PTC, PRP) 40 seg. Os maiores tempos são de Henrique Meirelles (MDB, PHS) com 1 min e 55 seg, Fernando Haddad (PT, PCdoB, PROS) e Geraldo Alckmin (PSDB, PP, PRB, PTB, PR, PPS, DEM, PSD, SDD) com 5 min e 32 seg.
Com quase a metade do horário eleitoral gratuito garantido pelo amplo arco de alianças, inclusive com partidos do centrão, Geraldo Alckmin tem o maior tempo de aparição. No primeiro programa, veiculado no sábado, o candidato procurou atacar as ideias de Jair Bolsonaro, iniciando por uma atriz dizendo que não vai votar com raiva e seguindo com cenas inspiradas na em uma premiada campanha inglesa pró-desarmamento. Ao som de música clássica, o projétil de uma arma atinge objetos que simbolizam fome, desemprego e saúde. No último quadro, ele encontra a cabeça de uma criança. “Não é na bala que se resolve”, diz a legenda.
O PT usou o tempo da propaganda na TV para insistir na candidatura de Lula, barrada por decisão do TSE. O tempo do partido iniciou com a leitura de um texto sobre a indicação da ONU de permitir a sua candidatura e foi repleto de imagens da vigília em frente ao prédio da Polícia Federal, onde o ex-presidente está preso. O programa não identificou explicitamente nem Lula nem Haddad como o candidato a presidente.
Henrique Meirelles (MDB) tentou passar a imagem de descolado e explorou sua relação com Lula, dizendo que é “aquele cara que os governos chamam para resolver problemas que eles não sabem a solução”, tentando atrair atenção para sua própria trajetória e afastá-la da imagem de seu partido, já que a rejeição ao governos de Michel Temer chegou à 82% em junho deste ano e continua acima de 70%.
Ontem, dia 3 de setembro, foi divulgada a pesquisa encomendada pelo BTG Pactual, que mostra que sem Lula, o segundo turno aconteceria entre Jair Bolsonaro e Ciro Gomes.
No primeiro cenário estimulado, Lula tem 37%, Jair Bolsonaro 26%, Ciro Gomes 7%, Geraldo Alckmin 6%, Marina Silva 5%, João Amoêdo 4%. No segundo cenário estimulado, sem a inclusão de Lula, Jair Bolsonaro 26%, Ciro Gomes 12%, Marina Silva 11%, Geraldo Alckmin 8%, Fernando Haddad 6%, João Amoedo 4%. Também está prevista para a noite desta terça feira a divulgação da pesquisa do Ibope de intenção de votos para presidente.