Com o anúncio dos novos cortes no orçamento para 2016 o Governo Federal do Partido dos Trabalhadores logrou um brutal corte de R$ 144,3 bilhões no orçamento – atingindo centralmente as políticas sociais e o funcionalismo público. Se o Governo Federal conseguir implementá-los, as consequências societárias desses cortes serão sentidas ao longo de décadas e a juventude pagará com os esgotamento de seus projetos de vida à ganância do capital financeiro nacional e internacional.
Não há traição, no entanto. É claro que Dilma Rousseff poderia escolher um caminho diferente, pela esquerda, com taxações tributárias especiais que pudessem compensar parcialmente os danos sociais das grandes fortunas, a cobrança das dívidas das grandes empresas junto à Receita Federal, o corte nas emendas parlamentares e no orçamento legislativo, a taxação das remessas de lucros para o exterior, tributação pesada para as empresas que demitem seus empregados etc. No entanto, esse não era o projeto do PT nas eleições e não será agora que uma guinada à esquerda ocorrerá: nunca foi tão difícil ser governista nesse país. Mas isso só não basta. É preciso que os setores que apoiaram a reeleição de Dilma Rousseff sejam cobrados publicamente sobre os efeitos de suas posições porcas no terreno da política nacional. É preciso ter essa memória e cobrar.
A maior parte das organizações políticas e partidos de esquerda que apoiaram a reeleição petista até hoje não mudaram de posição, não se desculparam com suas bases políticas e agora buscam cinicamente mudar de posição como se não precisarem apresentar coerência política. Apenas no contexto da UFSC: PT, PCdoB, UJS, JCA e Brigadas Populares. Se a cobrança não ocorre, nós não conseguimos politizar as diferenças e impedir que no futuro posições rasteiras da esquerda ocorram novamente como se fossem novidade!
O UàE nunca apoiou o governo federal e se mantém coerente com um programa de esquerda para o país e para a universidade pública. Mas, também, continua comprometido a atazanar os cínicos e estapafúrdios.