Luiz Costa – Redação UàE – 04/04/2019
Uma semana após a tragédia na escola em Suzano, ao menos cinco universidades públicas receberam algum tipo de ameaça de ataque.
A mais recente das ameaças aconteceu nesta segunda-feira (1º) e foi dirigida à Universidade Federal de Goiás (UFG). Segundo nota, a reitoria recebeu por email uma “mensagem contendo ameaças de atentado na instituição”. A direção da Faculdade de Ciências Sociais (FCS) suspendeu, por meio de nota, todas as atividades do dia.
As ameaças foram direcionadas aos prédios da Faculdade de Ciências Humanas e Filosofia e Faculdade de Jornalismo. No email, o autor aponta que seu ataque seria uma resposta à interferência de estudantes em uma manifestação pró-ditadura, realizada no domingo (31).
“Em face disso, a Reitoria da UFG acionou, preventivamente, as Polícias Federal e Militar e, ainda, reforçou sua segurança interna”, diz a nota.
Na sexta-feira (29), a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) acionou a Polícia Militar e a Polícia Federal e isolou o Departamento de Artes após um homem não identificado jogar um pacote fechado dentro do departamento, dizendo “isso aqui é para vocês”.
Os vigilantes da universidade chamaram a PF, após o homem ter fugido. O esquadrão especializado em bombas do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da PM também foi acionado. No pacote, que foi removido por um robô e em seguida detonado, não havia material explosivo.
Uma semana depois da tragédia de Suzano, na quarta-feira (20), a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) recebeu “mensagens em tom ameaçador”. O agressor supostamente foi reprovado no sistema de cotas da universidade. Ele afirmou por email que iria atirar em pessoas que fazem parte da comissão.
No mesmo dia (20), a Universidade Federal Rio Grande do Sul (UFRGS) recebeu uma ameaça que dizia que o ataque seria “semelhante ao ocorrido em Suzano, SP”. O setor de segurança da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), das polícias Federal e Civil e da Brigada Militar foram acionados pela direção.
No dia seguinte, a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) teve acesso a uma carta deixada em um dos banheiros da instituição, em que o agressor afirmou que cometeria “a maior execução de alunos já vista em todo o mundo”. A carta faz referência ao massacre em Suzano e na Nova Zelândia, que ocorreram dias antes.
Em nota, a reitoria da UFG expressa “seu compromisso com os princípios democráticos, a liberdade de expressão, a diversidade cultural e o pluralismo de ideias, valores basilares da Constituição Federal e da Declaração Universal dos Direitos Humanos, e repudia quaisquer formas de violência, discriminação e exclusão social”.
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