Foto: Mandado de reintegração de posse contra Ocupação Leilane Assunção – Ocupação Leilane Assunção
Amanda A. – 05/07/2019 – Redação UàE
Na manhã de hoje (05/07) a Ocupação Leilane Assunção, que seguia resistindo frente às ameaças da Reitoria, recebeu um pedido de reintegração de posse emitido pela Polícia Federal.
No documento a Polícia alega dano ao patrimônio público, tendo em vista a obstrução das câmeras no hall da Reitoria encobertas para proteger a identificação dos ocupantes. Também argumenta que houve risco à integridade física dos alunos e técnicos que utilizavam o prédio para o exercício de suas atividades formativas e administrativas, defendendo que houve “barulho generalizado”. Entretanto, essa acusação não corresponde ao modo como os estudantes optaram por realizar a ocupação, uma vez que deliberaram coletivamente por não impedirem as atividades rotineiras da Reitoria, bem como por não realizarem qualquer ato que pudesse gerar dano físico aos trabalhadores e estudantes que transitavam pelo prédio.
Soma-se às graves acusações o tom de ameaça presente no documento da Polícia por meio nomeação de membros da Ocupação. Além disso, o ofício conta com informações falsas, exibindo um caráter especulativo e ardiloso, pois, além de acusar falaciosamente manifestantes de danos às integridades física e patrimonial, também nomeia estudantes que jamais estiveram presentes na Ocupação Leilane Assunção.
No documento é apontado uma tentativa de diálogo por parte do Diretor de Segurança Patrimonial e Pró-Reitores da UFRN em nome da construção de consenso com os estudantes. Contudo, essas autoridades administrativas recusaram o convite de comparecerem à Plenária convocada pelos ocupantes, demonstrando a impossibilidade de diálogo por parte da própria Reitoria.
Por último, a polícia ainda hipocritamente alega que pode agir em nome da defesa do resguardo físico dos ocupantes, concedendo um prazo de 24 horas para reintegração de posse. No documento entregue aos estudantes consta que as autoridades judiciais competentes têm autorização para utilizarem de coerção física em nome da operação: “Os oficiais de Justiça far-se ão acompanhar de força policial, se necessário, e estão autorizados a proceder ao arrombamento/derrubada de portas, portões, muros e cercas, lavrando ao final Auto de Reintegração de Posse”
Os estudantes da Ocupação Leilane Assunção estão buscando apoio jurídico para resistirem ocupando contra os cortes na educação e a Reforma da Previdência, essa última, aprovada ontem na Comissão Especial da Câmara dos Deputados.