[Opinião] O que está em jogo?

Imagem: Arquivo UFSC à Esquerda

Clarice Lima* – Redação UàE – 04/10/2019

Mais do que ser vanguarda de qualquer movimentação e se pautar em vitórias minimas para a manutenção da dentro da UFSC, o que está em jogo quando esperamos o próximo semestre? Não há discordâncias quando pautamos que as discussões e ações da Universidade Federal de Santa Catarina estão a frente das demais instituições de ensino brasileiras. Porém, a Greve vem sendo construída muito antes do dia 17 de Agosto com passagens em sala, elaboração de jornais e aulas que colocaram e ainda colocam críticas as politicas governamentais. Tais movimentos, assim, chamaram a atenção não só da UNE – que trouxe alguns dos seus representantes para algumas reuniões – mas também das mídias e entidades em geral. As falacias de uma falsa democracia que permuta com a implosão (que as vezes são sim, necessárias para a construção da crítica) de assembleias e a afirmação de que movimentos não são legítimos exatamente pela sua espontaneidade, faz com que, amedrontados com a situação e o desgaste tanto físico quanto emocional, alguns estudantes desiludidos com as praticas de militância se afastem de suas pautas, ficando satisfeitos com o minimo necessário para a permanecia ou a merce dessas entidades. Não existem vitórias enquanto muitos de nós lutam todos os dias para continuar em seus estudos.
É importante pautar que não somos contra essas entidades como insistem em dizer, mas quando elas atuam contra a base, devem ser constantemente questionadas, e se necessário ultrapassadas. Colocando-se quase como mártires na construção dessa Greve, esperar nesse momento onde o Future-se e os demais cortes vem de maneira muito rápida é simplesmente aguardar para sermos mortos. Constatar que ocorreu durante as ultimas semanas a desmobilização em alguns centros, citando excepcionalmente o CTC (Centro Tecnológico) que vem historicamente em um contexto de lutas de difícil adesão, não é mostrar a realidade mas sim mascarrar que o DCE não está pronto para para ouvir os próprios estudantes e suas concretudes. De fato, não podemos nos iludir que os trabalhos com os estudantes e trabalhadores irão ser furtivos de forma instantânea. O que está em jogo, muito mais do que partidos, entidades, é o futuro da universidade brasileira. Notas ou oratórias bonitas não irão nos salvar, se tivermos vitórias, elas serão ainda muito pouco para o que queremos. Elas serão muito poucas para nos mantermos dentro e fora das salas de aulas. A manutenção desses poderes devem ser quebradas assim como seus silenciamentos das oposições as suas politicas. Oportunista seria não sair da própria bolha de questões e ver as redondezas, que nada mais querem do que lutar. Por que, então, não deixar? É mais bonito colocar uma faixa dizendo que defende a educação na frente de um ato, do que de fato descer dos seus cargos?

Se houveram 5661 estudantes que votaram para a atual chapa do DCE, foi porque um pouco antes essa Universidade se encheu da luta pelo #Elenão. Assim como, mais de 5000 mil membros da comunidade Universitária lotaram o Guarapuvu e a frente da reitoria nas diversas assembleias e CUNs que ocorreram desde o inicio do semestre pedindo mudança. O que nos faz grandes é a luta, e não a política de desmobilização que tentam tornar vigente.

*O texto é de inteira responsabilidade da autora e pode não refletir a opinião do Jornal

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