Helena Lima – Redação UàE – 30/04/2020
A taxa de desemprego no Brasil aumentou de 11% no último trimestre de 2019 para 12,2% no primeiro trimestre de 2020, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O total da população desempregada subiu de 11,632 milhões no quarto semestre de 2019 para 12,850 milhões no trimestre encerrado em março de 2020. Ou seja, houve um aumento de 10,5%, mais 1,218 milhão pessoas procurando emprego no Brasil.
Fonte: Valor Econômico/ IBGE
A metodologia da pesquisa do IBGE, no entanto, só considera desempregado aquele que procurou efetivamente por emprego no período de referência da pesquisa. Segundo analista do jornal Valor Econômico, a taxa de desemprego pode estar “mascarada” por conta disso. No cenário atual, muitos serviços estão fechados e as pessoas estão com medo de sair às ruas, ou seja, os desempregados em quarentena não estão sendo contabilizados.
Como comparação, a população ocupada recuou 2,5% neste trimestre em relação ao último semestre de 2019. É a maior queda percentual da série histórica, totalizando 2,329 milhões de pessoas ocupadas. O maior impacto foi no setor informal, que perdeu 1,9 milhão de ocupações do total de 2,3.
Todos os setores de atividades mostraram perdas, segundo o Pnad de março, como indústria (2,6%), construção (6,5%), comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (3,5%), alojamento e alimentação (5,4%), outros serviços (4,1%) e serviços domésticos (5,9%).
A perspectiva é que a taxa de desemprego ainda suba no próximo trimestre. Os efeitos da crise econômica e humanitária no Brasil só se acirraram em março, o último mês da pesquisa, e a tendência é que se aprofunde ainda mais.