Maria Fernandez – Redação UàE – 17/06/2020
Publicado originalmente em Universidade à Esquerda
No dia 16/06, última terça-feira, profissionais da saúde se manifestaram em diversas localidades na França. Os protestos reivindicavam melhores condições de trabalho e salário. Cerca de 200 manifestações estavam agendadas em todo o país. Os atos em Paris sofreram grande repressão policial.
Paris teve a participação de milhares de pessoas na manifestação chamada pelos profissionais da saúde. Os profissionais requerem mais recursos para hospitais públicos diante de uma condição em que enfrentaram imensas dificuldades durante o atendimento da pandemia da Covid-19.
Os policiais utilizaram ostensivamente gás lacrimogênio, lançando balas de borracha e granadas novas que parecem mais perigosas que as anteriores. A tropa de choque montou formação e lançou bombas de gás lacrimogênio de frente do complexo Les Invalides. Os policiais avançaram sobre os manifestantes e houve confronto.
Imagem reprodução getty
Há relato de um jornalista ferido e enfermeira que foi brutalmente levada à prisão. O jornalista Stéphane Roy, da Line Press, recebeu uma granada que feriu gravemente sua perna.
Estas manifestações acorrem logo depois de várias outras contra o racismo nas últimas semana. Muitos se manifestaram denunciando o racismo presente na violência policia e lembrando Floyd (homem negro morto nos EUA por asfixia) e Traoré (homem negro morto pela polícia em Paris em 2016). O governo Francês tinha anunciado uma mudança nos protocolos policias de uso de estrangulamento, entretanto voltou atrás depois de pressão dos sindicatos policiais. A violência policia segue forte na França, mesmo com as denuncias dos manifestantes.