[Notícia] Prefeito Gean declara reabertura de shoppings, academias e galerias

Imagem: Gean fala sobre as liberações à reportagem da NSC/TV

Martim Campos – Redação UàE – 30/06/2020

Após o pronunciamento do Prefeito Gean Loureiro na segunda-feira passada (22/06) sobre as medidas de restrições sociais, as pressões e repercussões negativas por parte do setor comercial e empresarial foram grandes. 

No mesmo dia, entidades como, por exemplo, a CDL (Câmara dos Dirigentes Lojistas) de Florianópolis emitiu uma nota de descontentamento com as novas restrições no comércio. O presidente da CDL, Ernesto Caponi, afirmou que é inaceitável que galerias comerciais, shopping centers, bares, restaurantes, lanchonetes, padarias e supermercados sejam afetados por conta da negligência de parte da população, e afirmou que “nem de longe esses segmentos foram os responsáveis, mas parece que estão sendo punidos por isso”.  Por fim, a nota emitida pela Câmara pede que a população também dê sua contribuição cumprindo com as normas sanitárias para frear o avanço da Covid-19.

Assim como a CDL de Florianópolis, a Abrasel/SC (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) também emitiu uma nota no fim da tarde da segunda-feira (22) lamentando o fato de que “as medidas anunciadas não tenham sido avaliadas em conjunto com o setor produtivo da Capital”. 

Frente as notas emitidas, o Prefeito se pronunciou na quarta-feira (24/06) em defesa às medidas tomadas, apontando que: 

“Protocolos de segurança sanitária diminuem o risco mas não acabam com os riscos. Precisamos que as pessoas evitem sair de casa e a diminuição de opções ajuda nisso. Todas as restrições foram tomadas com base técnica levando em conta artigos científicos recentemente publicados e dados da vigilância epidemiológica. Daí, a definição do que restringir. Se não fizermos isso agora, teríamos que fazer mais a frente de maneira mais radical e praticamente fechando tudo. Prefiro me antecipar do que em alguns dias a população exigir as medidas com menor resultado porque aí teríamos UTIs lotadas e mortes acontecendo. […] Como você sabe, não decido por pressão e nem para levar aplausos. Posso perder a popularidade mas não perderei a credibilidade e nem a coerência.” 

 

O fechamento dos estabelecimentos – que tinha o prazo de 15 dias para ser revisto e avaliar os efeitos da medida de acordo com as orientações da Secretaria do Estado de Saúde – durou seis dias. Antes mesmo de o decreto completar uma semana, o prefeito Gean Loureiro cedeu à pressão econômica e decidiu reabrir parte das atividades, anunciando nesta segunda-feira (29/06) a reabertura de academias, shoppings e galerias comerciais para esta terça-feira (30/06), quando a taxa de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na Capital catarinense chegou a 84,6%, de acordo com o Covidômetro, site mantido pela administração para acompanhar a evolução da transmissão da doença. 

Para a retomada, foram divulgadas novas regras incluem um programa de testagem por amostragem, que será feito em parceria com o “Floripa Sustentável”, um movimento composto por 44 entidades representativas do setor produtivo catarinense e florianopolitano composta em sua maioria por sindicatos patronais, empresários e empresas catarinenses principalmente do ramo do turismo, do comércio e de serviços. Grande parte de seus projetos visam a sua implementação junto à Prefeitura de Florianópolis. O movimento inclusive pressionou as universidades públicas de Florianópolis, UFSC e UDESC  para a retomada das aulas em meio à pandemia do coronavírus através do ensino à distância. Nesta nova parceria, os testes seriam fornecidos pela prefeitura e a entidade com os profissionais de saúde. Além da testagem, também seria obrigatório o uso de um sistema QR Code para clientes, triagem de pessoas com sintomas e procedimentos de desinfecção rigorosos. 

Em sua nota desta terça, o prefeito afirma que a medida implementada desde quarta-feira passada teve efeito indesejado porque os moradores utilizaram shoppings de municípios vizinhos, tendo em vista uma análise feita no fim de semana do número de veículos que circularam na cidade, que foi o mesmo do fim de semana anterior. Afirmou que “o retorno neste momento não é o ideal”, mas que Florianópolis segurou “até onde foi possível e aceitável”. O prefeito reforçou ainda que as decisões deveriam ser tomadas de maneira mais regionalizada, pois dessa maneira seria mais fácil conter a pressão que existe da economia e tomar decisões que possam contemplar e evitar essa ampliação do contágio. “Florianópolis vem tomando sempre, mas precisamos de uma decisão regional para ter uma efetividade maior” disse Loureiro. Frisou também a responsabilidade por parte do Governo, que apesar de sua ampliação no número de leitos para 55% deveria também estar trabalhando para evitar que as pessoas cheguem a precisar dos leitos.

 

 

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