Foto: UFSC à esquerda
Redação – 06/05/2015
No dia 05 de maio estudantes do curso de pedagogia da UFSC se reuniram no térreo do bloco A do CED para deliberar sobre deflagração de greve em assembleia estudantil. Como resposta a exigência de reforma imediata do Bloco A do CED, os estudantes receberam documentos que apenas mantem um pedido da reitoria para esperar ainda mais. Diante das condições precárias do prédio os estudantes concluíram que não podem mais esperar. Comprometidos com a garantia de uma educação de qualidade e segura para todos os estudantes, e cientes do papel de luta necessário na realidade que enfrentarão como futuros profissionais da educação, os estudantes da pedagogia decidiram parar. Assumem o papel de protagonistas no seu processo de formação enquanto professores e exigem que a reitoria e a direção do CED deem mais do que desculpas. Um ato de coragem que merece todo apoio!
O movimento dos estudantes ocorre em meio a um cenário de grave crise na educação pública em todo o país, com o corte no orçamento da “Pátria Educadora”. Os estudantes demonstraram forte clareza sobre seus papeis nas lutas futuras em defesa da educação pública e da valorização do professor, referindo inúmeras vezes as lutas dos professores em Santa Catarina e em outros estados, como no Paraná, onde os professores foram violentamente reprimidos enquanto lutavam pelo direito à aposentadoria.
Ainda não há um posicionamento da direção do Centro de Ciências da Educação (CED), dos departamentos, demais cursos que existem no CED e da coordenação do curso da pedagogia. Ao mesmo tempo, ainda existe um vácuo que é a posição coletiva dos professores do curso. Esse tem sido o maior motivo de angústia para os estudantes, que ainda não sabem como os professores irão agir diante das ausências em sala de aula. Esses sujeitos logo deverão se posicionar ou o clima tende a esquentar entre estudantes e demais membros da comunidade do centro.
Por sua vez a reitoria parece fingir que nada está acontecendo. O UaE obteve acesso ao oficio enviado pelo gabinete da reitora, Roselane Neckel, para a assembleia de estudantes – a mesma que deflagrou a greve. O documento, em linguagem burocratizada, não responde aos anseios dos estudantes. Por outro lado, há um grave problema: a reitoria tentou iludir a assembleia estudantil, anexando fotos e documentos sobre o funcionamento dos compressores de ar-condicionado de um relatório de 2011, como se esses problemas fossem recentes. A manobra teve o objetivo de transferir responsabilidades para uma empresa privada que fez a manutenção do telhado do bloco de salas de aula e para o Departamento de Projetos de Arquitetura e Engenharia (DPAE). Assim, a posição da reitoria segue sendo a de não assumir que errou na distribuição de recursos ao não priorizar, propositalmente, o CED na lista de prioridades das reformas; e falhou naquilo que era o seu principal mote de gestão: a transparência e critérios claros na distribuição de obras, reformas e recursos da UFSC. Fica a pergunta: até quando a gestão de Roselane seguirá transferindo a responsabilidade pelos seus erros para outros?