Estudantes ocupam a sessão do Conselho Universitário, reitora Roselane estava viajando mais uma vez.

A política de exclusão permanente da PRAE

Estudantes ocupam a sessão do Conselho Universitário, reitora Roselane estava viajando mais uma vez.
Estudantes ocupam a sessão do Conselho Universitário, reitora Roselane estava viajando mais uma vez.

Redação – 29/04/2015
Conforme proposto pela reitoria da UFSC na última sexta-feira durante a ocupação da reunião do fórum de diretores, os estudantes que tiveram suas bolsas negadas e necessitam das mesmas com urgência ou terão que abandonar os estudos, se reuniram na segunda-feira, 27 de julho, às 12h, junto à PRAE (Pró-reitoria de Assuntos Estudantis) para obter soluções para essa situação. Estavam presentes, além dos estudantes, Carlos Vieira (chefe do gabinete da reitora), Denise Cord (pró-reitora de assuntos estudantis), Mauricio Mello Petrucio (pró-reitor adjunto) e Simone Vieira de Souza (coordenadora de assistência estudantil). Porém, solução não foi o que encontraram nessa reunião. A postura inicial dos representantes da mesa foi discursar prolongadamente sobre os programas institucionais de assistência estudantil, sobre o corte de verbas e sobre o financiamento insuficiente advindo do PNAES (Plano Nacional de Assistência Estudantil).

A medida que a discussão seguia, mais evidente se mostrava o descaso da instituição com as questões de permanência. As filas para conseguir atendimento na PRAE foram tratadas como problemas pontuais de início de semestre e que seriam resolvidas com cada estudante cuidando do seu cadastro ao longo do ano. As denúncias de tratamento vexatórios foram apresentadas como falas “que foram retiradas de seus contextos” pela coordenadora de assistência estudantil, Simone Vieira de Souza. Ou seja, nada foi feito.
Diante da revolta dos estudantes com a total falta de compromisso da reitoria com a política de permanência estudantil, as únicas medidas que a mesa conseguiu propor foram promessas de reavaliações individuais das bolsas negadas até às 12h de Terca-feira(28/04), realização de mais um fórum institucional e construção de um grupo de trabalho para repensar os critérios de avaliação do cadastro socioeconômico.
Ao meio-dia do dia 28, parte dos estudantes havia recebido a convocação para uma reunião individual com a pró-reitora de assuntos-estudantis, Denise Cord, onde lhes foi proposto uma bolsa emergencial de 4 meses, sem valores retroativos ao que não receberam até então. A tentativa de dividir e conformar o movimento com soluções paliativas não funcionou, os estudantes continuaram reunidos ao longo do dia e decidiram por fazer uma intervenção no conselho universitário reivindicando solução para todos os casos apresentados e o recebimento de bolsa para todo o semestre.
Segurando uma faixa com os dizeres “Preto e Pobre, entra pela frente e sai pela PRAE” e cantando “Reitoria, chega de ausência, pretos e pobres exigem permanência”, os estudantes entraram no conselho universitário e realizaram a leitura de uma carta com suas reivindicações. No meio da fala de um dos estudantes, o professor Paulo Pinheiro começou a gritar com este dizendo que era um absurdo a presença desses estudantes no conselho, fazendo com que a sessão fosse suspensa, o que deu brecha para ele e a maioria dos professores esvaziarem o espaço, além do corte da transmissão ao vivo.
É fundamental destacar que a atitude do Professor Paulo Pinheiro não foi um mero descontrole e sim uma manobra para encerrar a reunião do conselho e a transmissão do ato dos estudantes ao vivo, abrindo uma brecha para a saída dos conselheiros da sala de reuniões.
Foi então que se iniciou mais uma discussão com a presença de Denise Cord (Pró-reitora), Mauricio Mello Petrucio (Pró-reito adjunto), Lúcia Pacheco (vice-reitora) e Carlos Vieira (chefe de gabinete da reitora), com tentativas de denegrir a imagem de um dos estudantes que participava do ato e várias afirmacões por parte da reitoria e PRAE de que não havia condições de atender as demandas estudantis. Contudo, os estudantes persistiram na discussão, até que a reitoria se viu obrigada a ceder 60 mil reais para a política de permanência estudantil.
A conquista de ontem no conselho universitário, só foi possível porque esses estudantes não tiveram medo de radicalizar em suas pautas e romper com o imobilismo que percorre a universidade, mas a luta por reais condições de permanência não acaba aqui. Ainda há discentes vulneráveis não contemplados pelos editais de bolsas, tratamentos humilhantes ocorrendo na Coaes e vários questionamentos sobre os critérios de seleção dos benefícios, como foi apontado por esse movimento. Além disso, é importante destacar a ausência do Diretório Central dos Estudantes na construção desse movimento. O DCE permanece com sua postura elitista de distância das manifestações de estudantes em defesa das políticas de permanência, o que torna imperativo remover o atual grupo político que está na sua gestão.

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