DCE se Ausenta das Lutas Estudantis

A situação da UFSC e, das demais universidades federais, tem se tornado cada vez mais difícil. Na semana passada, dia 30/07, o governo anunciou mais um corte de R$ 1 bilhão no orçamento da educação. Ao total já somam-se por volta de R$ 10 bilhões em cortes, principalmente na educação superior pública.

Na UFSC os cortes se expressam através da demissão de cerca de 150 funcionários terceirizados da área de limpeza – categoria normalmente mais precarizada -; atraso no pagamento de contas de água e esgoto; paralisação em cursos de educação à distância; inviabilização da presença de membros externos para compor bancas na pós graduação; entre outros.

Recentemente vimos mais uma tentativa sórdida da reitoria de colocar estudantes contra os trabalhadores que estão em greve na defesa da universidade e contra os cortes. A reitoria afirmou que a última parcela do auxílio moradia será paga em agosto e que um novo edital só será aberto após o término da greve. O descaso da gestão de Roselane com as questões de permanência estudantil é flagrante, e as tentativas de instrumentalizar a fome e as dificuldades econômicas dos estudantes contra a luta dos trabalhadores são criminosas.

Diante desta conjuntura poderíamos nos perguntar: o que faz o diretório central dos estudantes? Absolutamente nada! Assim como a reitoria, ignoram completamente todos os problemas que a universidade vem enfrentando – cortes de verbas, greves de TAES e docentes, paralisação de cursos, greves estudantis, etc. – e também todos os problemas relacionados com a permanência estudantil, agindo muitas vezes na desorganização dos estudantes e contra as greves.

Como já afirmamos anteriormente, só a prática política real pode ser critério para diferenciar o joio do trigo, agindo desta maneira o grupo político que está na gestão da entidade estudantil funciona como base de sustentação do Roselanismo, e da gestão de Roselane Neckel. Por mais que discursivamente se coloquem contra, agem blindando a reitoria das críticas e das ações que os setores mais radicalizados fazem – como vimos materialmente nas falas da última audiência pública com a reitora e com as posturas na ocupação de reitoria.

Não é de se estranhar, no entanto, que setores governistas tenham esse tipo de atitude quando a reitoria aplica fielmente todas as políticas do governo federal. E é por isso que o grupo político na gestão do DCE – composto por setores como a União da Juventude Socialista (UJS), juventude do PCdoB – faz o que faz. Prestam o papel de desorganizar e impedir que os estudantes se levantem contra toda a barbaridade que se faz com a universidade pública.

Não restam opções aos que lutam se não se organizar por fora da entidade estudantil, que está durante os últimos meses mais preocupada com a regulamentação das associações atléticas do que com as condições de estudo e de vida dos estudantes na universidade. Não podemos admitir que essa situação perdure. É preciso retomar a política de massas, em defesa da universidade pública e em unidade com os TAES e Professores em luta.

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