UàE – 28.04.2016 – Editorial
O movimento dos servidores técnicos administrativos em educação (STAEs) já enfrentou duas eleições este ano¹ e caminha para uma próxima: a eleição da diretoria do SINTUFSC². O momento tem exigido muita disposição e organização dos setores de esquerda dos STAEs, e apresenta um conjunto de desafios.
A luta dos STAEs na UFSC vem de um período de ascenso nos últimos anos, que culminou na greve de 2015 com a formação do Comando Unificado de Greves, que com todos os limites e dificuldades logrou romper as barreiras das categorias para iniciar a construção de um momento de unidade nas lutas dos trabalhadores e estudantes pelo caráter público da Universidade. Neste período, e em especial neste último ano o acirramento entre os setores da esquerda dos STAEs, principalmente o movimento TAEs Livres, com o conservadorismo e o governismo da atual direção do SINTUFSC deu vazão a um amplo descontentamento da categoria com a mesma.
No entanto, este sentimento que perpassa a categoria ainda está em aberto e disperso, o desafio para a esquerda continua sendo o de organização, prática e programática para que ele se torne uma revolta organizada capaz de se sobrepor a política conservadora da atual direção. Dentre outros fatores, este é um que nos parece essencial para entender o resultado das eleições para os representantes dos STAES para os Conselhos e para a Comissão Interna de Supervisão de Carreira³.
É claro que é preciso considerar que o grupo da atual direção do SINTUFSC, foi o núcleo central da campanha do novo reitor Luís Carlos Cancellier. E que, portanto, para garantir sua posição frente à nova reitoria não mediram esforços para ocupar os espaços nos Conselhos e na CIS. Contaram com a força do sindicato, com sua política patrimonialista e clientelista, e com o apoio indireto da nova gestão para vencer as eleições. Apesar de seu desgaste com grande parte da base, entre ativos e mesmo entre os aposentados, não é possível subestimar sua força política. Pelo contrário, esses sujeitos políticos devem ser levados a sério. E, por isso, criticados e combatidos sistematicamente. E este é um dos grandes desafios para os STAEs.
Num cenário no qual as políticas de precarização da Universidade Pública avançam, as formas ampliadas de privatização marcham rapidamente pelos campi, com as parcerias público-privadas, fundações, entre outras, a deterioração das condições de trabalho e estudo, com os ataques aos STAEs e aos servidores docentes bem como às políticas de permanência estudantil ganhando terreno, é preciso lutar arduamente contra o peleguismo, o aparelhismo, o conservadorismo em todos os flancos. E a direção do SINTUFSC é um deles.
O maior desafio, a maior tarefa, para a esquerda dos STAEs, talvez não seja apenas vencer o sindicato. Mas, de nesse processo avançar programaticamente com a categoria, e constituir um organizado e combativo corpo de lutas. Vencer de outra forma significará muito pouco. Esta será a grande aposta nas eleições.
Tudo isto exigirá muita criatividade, ousadia e disposição dos STAEs comprometidos com a defesa do sentido público da Universidade. O UàE estará presente, acompanhando, cobrindo, e apoiando, das humildes formas que nosso jornal pode contribuir!
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1 – Eleição Conselhos: http://noticias.ufsc.br/2016/04/comissao-divulga-resultado-da-eleicao-dos-taes-para-os-conselhos-universitario-e-de-curadores/ – Eleição CIS: http://noticias.ufsc.br/files/2016/04/Elei%C3%A7%C3%A3o-CIS1.pdf
2 – A eleição ocorre no dia 10 de agosto. No entanto, o processo eleitoral já começou, as inscrições de chapas encerram no dia 19 de maio. Veja o calendário das eleições: http://www.sintufsc.ufsc.br/?p=17873
3 – A Comissão Interna de Supervisão da Carreira é um órgão que tem a função de orientar e fiscalizar questões relacionadas a carreira dos STAEs. ]]>