Imagem: Centro Acadêmico Livre de Pedagogia
Redação – 22/04/2015
Nas últimas semanas ocorreram importantes manifestações de servidores e estudantes em torno de melhores condições para a realização das atividades-fim do Centro de Ciências da Educação (CED). Não é a primeira vez que o CED realiza manifestações sobre essa questão, o clima é de abandono e descaso por parte da reitoria com aquele que foi um dos centros nos quais a atual gestão da profa. Roselane Neckel recebeu expressiva votação. Contudo, a falta de recursos para a execução da reforma total do Bloco A, onde ficam as principais salas de aulas, é sistemático e perdura desde as gestões anteriores.
Na realidade basta uma rápida caminhada pelos demais centros para verificar que a situação é muito diferente daquela encontrada no CED: não há cortinas, as cadeiras estão quebradas, os quadros de giz estão deteriorados, a maior parte das salas não possui projetor ou computador – ou quando há, eles estão estragados – além de infiltrações, graves problemas elétricos, banheiros com divisórias quebradas ou interditados, ausência dos requisitos mínimos de combate a incêndio, ausência de ventilação adequada e total inadequação para que alunos e servidores com deficiência possam participar plenamente das atividades.
Diante do descaso proposital demonstrado pela administração central, os estudantes do curso de pedagogia realizaram hoje uma assembleia na qual deliberaram pelo indicativo de greve, que deverá ser iniciada no dia 5 de maio se a reitoria não apresentar um plano proporcional e coerente com a gravidade da situação enfrentada no cotidiano de estudantes e servidores.
Entrevistamos um estudante do Centro Acadêmico Livre de Pedagogia (CALPE), Marino Mondek, você confere a entrevista na íntegra a seguir:
UaE – Marino, hoje houve uma assembleia do curso da pedagogia, você pode nos contar qual a leitura que vocês fizeram e que encaminhamentos foram tirados?
Nosso entendimento é que as instituições, tanto CED, quanto UFSC em si, não cumpriram com as suas responsabilidades e nós, estudantes do curso de pedagogia, nos indignamos e acreditamos que temos que tomar a frente deste processo político. Em todas as reuniões que fizemos, sempre alguém aponta a responsabilidade para outro, então está na hora de vermos de quem é a responsabilidade e cobrarmos de todos os responsáveis. Hoje na assembleia foi deliberado um indicativo de greve dos estudantes de pedagogia do CED para pressionar sobre a seguinte pauta: Reforma e condições de uso do Bloco A.
UaE – Nas últimas semanas vimos várias atividades de mobilização do CED em torno de melhores condições de ensino, pesquisa e extensão, essas atividades tiveram uma resposta por parte da administração da universidade?
Houve uma promessa por parte reitoria, no dia 04 de abril, de que as condições de uso do bloco A seriam resolvidas em 30 dias. Até agora não teve nenhuma mobilização da administração da UFSC de que esses problemas seriam resolvidos. Tiramos o indicativo respeitando este prazo. Vamos aguardar se as respostas da administração contempla as necessidades das estudantes.
UaE – Faz muitos anos que o CED demanda por uma total reforma do seu bloco de salas de aulas, o que explica o sistemático descaso da administração central?
Não há nenhum interesse político em uma reforma deste prédio. Isso se soma ao fato das gestões de direção do centro nunca terem feito um processo de disputa que pudesse concretizar essa reforma, sempre aguardaram a reitoria.
UaE – Você poderia indicar algumas atividades que já estão programadas para os próximos dias?
Sim, haverá uma reunião nesta sexta-feira para discutirmos um texto e um ato na segunda-feira para pressionarmos a Administração central e a direção do centro sobre essa pauta. A partir daí temos a assembleia dia 5 de maio. Além dessas, deverão ocorrer outras atividades neste meio tempo, que divulgaremos pelas redes sociais e meios de comunicação do centro acadêmico com o curso.