Ella S. Zara – Redação – UàE 28/02/2018
A Folha de S. Paulo divulgou hoje (28/2) o mapa geográfico e político mundial, bem como a grafia dos nomes das unidades territoriais, utilizados por seus jornalistas como padrão de redação do jornal. O lançamento público do mapa acontece junto a divulgação do novo manual de redação da Folha.
O interesse especial no mapa, contudo, fica a cargo de sua importância política, é o marco normativo para a divulgação de todos os conteúdos impressos e digitais da redação. Assim, seus jornalistas são obrigados a seguir o manual de redação e suas ferramentas, que agora estão se tornando públicos e servirão como referências públicas.
Chama a atenção, portanto, a não inclusão do Território da Palestina no principal marco de referência geopolítica do jornal, sublinhando a tendência disseminada pela grande imprensa liberal ou conservadora de apoio à invasão israelense.
A Palestina remete a denominação histórica estabelecida ainda no Império Romano para o território situado na costa do Mediterrâneo mais ocidental do Oriente Médio e que faz fronteira com Iraque, Arábia Saudita, Líbano, Egito e foi invadido na criação do Estado de Israel. Palco de inúmeros conflitos desde, pelo menos, o século XV a.C., os territórios palestinos sofrem permanentemente com a violência das invasões estrangeiras. Em 1947, com a imposição da criação do Estado de Israel, o território palestino foi ocupado e os israelenses mantém o controle militar em todo o território.
Segundo o jornal, “A Folha adota a prática dos principais organismos internacionais para definição da soberania nacional e usa a base do Natural Earth para fronteiras, traçados de rios, estradas e relevo”. Contudo, 136 dos Estados membros da ONU e 2 Estados não-membros reconhecem o Estado da Palestina e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) como organismo político representante do povo palestino. A ONU, em 29 de novembro de 2012, em Assembleia Geral, aprovou uma moção alterando a situação da Palestina de “entidade” para “Estado não-membro observador”, por uma votação de 138 contra 9 votos e 41 abstenções. Em 17 de dezembro daquele ano, a ONU determinou que a designação “Estado da Palestina” é obrigatória para todos os documentos e referências oficiais das Nações Unidas.