Sofia Llaves – 03.04.2017
Na assembleia do dia 15 de março, os servidores públicos de São José deliberaram entrar em estado de greve na segunda-feira do dia 27. Os funcionários, principalmente da área da educação, reivindicam, de acordo com o sindicato, a aplicação das leis referentes aos planos de cargos e carreiras e, caso o executivo reduza em 20% os cargos comissionados, apoiam a cláusula do limite prudencial de gastos – sugerida pela prefeitura; além disso, são contra a nomeação de qualquer comissionado até que tais leis sejam executadas [1].
Hoje faz uma semana que foi deflagrado greve no município. De lá pra cá, menos de um terço dos centros de educação infantil e das escolas municipais continuam em atendimento normal. Segundo o SINTRAM-SJ (Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de São José), “o motivo da greve é a revogação das leis 5552/16 e 5553/16 que tratam dos planos de carreira dos professores” (leia mais aqui) [2].
Ano passado a categoria entrou em greve por mais de um mês para conquistar estes direitos que agora estão sendo descumpridos pela prefeita reeleita Adeliana Dal Pont (PSD), mostrando, assim, a face traiçoeira da prefeita e do legislativo. No dia 28, terça-feira, mesmo com chuva, aproximadamente cerca de 400 servidores manifestaram publicamente o movimento de greve. Somado a este, foi programado um ato na prefeitura para o dia 29. A intenção das passeatas é mostrar à população local as causas do movimento e, também, chamar a atenção das autoridades para os dois projetos que foram revogados [3].
O Sintram-SJ (Sindicato dos Trabalhadores e Servidores Públicos) começou a negociação com a Prefeitura de São José no dia 30, quinta-feira. Em seguida, a categoria se reuniu em assembleia com mais de 600 servidores e decidiu manter o movimento de greve. Além das cobranças supracitadas, os servidores exigem a cobrança de impostos atrasados para a elevação das receitas e não permitem o aumento da carga horária dos funcionários da Secretaria de Educação. Essas exigências foram encaminhadas no dia 31, sexta-feira, ao executivo e estão previstas para serem analisadas hoje, dia 3 de abril. Com isso, a categoria pretende se reunir em assembleia amanhã, dia 4.
De acordo com o sindicato, “o momento agora é de união”, pois “mesmo sabendo das consequências que uma greve longa pode trazer, não podemos ter medo de lutar por nossos direitos.” Os brutais ataques aos direitos dos trabalhadores não estão ocorrendo apenas na esfera municipal, mas sim nacional. E nesse aspecto, a greve é um ferramenta de luta e resistência. Solidarizamos e apoiamos os servidores da prefeitura de São José.
[1] http://ndonline.com.br/florianopolis/noticias/servidores-de-sao-jose-mantem-greve-e-agora-querem-que-prefeita-corte-cargos-comissionados [2] http://www.sintramsj-cut.com/noticias/mesmo-sob-ameaca-servidores-e-servidoras-decidem-pela-greve/ [3] http://ndonline.com.br/florianopolis/noticias/manifestacao-no-kobrasol-marca-primeiro-dia-de-greve-de-servidores-em-sao-jose ]]>