Helena Lima – Redação UàE – 12/03/2020
Publicado originalmente em Universidade à Esquerda
No dia 20 de fevereiro, o Movimento Salva Praia Vermelha, composto por “docentes, estudantes, pesquisadores, técnicos, ambientalistas, representantes de entidades da sociedade civil e moradores da Cidade do Rio de Janeiro”, escreveu um abaixo-assinado1, com inicialmente 60 assinaturas, se opondo ao Projeto de Lei Municipal (AEIF-UFRJ), para enviar aos parlamentares.
Como foi tratado em outro texto no final do ano passado2, o projeto Viva UFRJ, que inclui o projeto de lei citado acima, prevê a “abertura de terrenos da Universidade para a iniciativa privada realizar o que for mais lucrativo: de shoppings à hotéis. Como se já não fosse suficiente, a “contrapartida” é dita in natura, isso porque as empresas concessionárias ficarão responsáveis pela construção e manutenção de equipamentos para a Universidade como Restaurantes Universitários e moradias estudantis. Assim, além da cessão de terrenos para a iniciativa privada, ainda estão doando instrumentos de assistência estudantil para que ela gerencie por tempo indeterminado.”
Essa lei se estende tanto para o Campus Fundão como para o Campus Praia Vermelha. No segundo, a implementação do projeto de uso e ocupação do solo levaria à demolição do Instituto de Psiquiatria da UFRJ (IPUB), da Casa de Ciência e de toda área verde do campus. Ainda em outubro, professores, técnicos e estudantes fizeram uma manifestação “Fica Casa da Ciência, Fica IPUB, ficam árvores do campus da UFRJ”. Além da carta, outros dois vídeos foram produzidos pelo corpo universitário.
O primeiro foi gravado em uma festa do Centro de Atenção Psicossocial Carim, em comemoração ao dia das crianças e dos adolescentes, contra o projeto Viva UFRJ, onde gravaram depoimentos sobre a importância do espaço:
A reportagem “VIVA UFRJ – A MAIOR FEDERAL DO PAÍS ESTÁ AMEAÇADA?” foi feita em dezembro, gravando diversos depoimentos, inclusive com os defensores do projeto, e contando um pouco o história do campus. Em depoimento, o Márcio Amaral, vice-diretor do IPUB, afirma: “Nós estamos muito vivos, não precisamos que digam para nós: Viva UFRJ!” (…) “aqueles que estão torcendo, propensos ou dispostos a ceder o nosso território ao uso pelo capital, estejam prontos para todo tipo de resistência por aqui”.