Foto: Ato na Costeira em 12/11 – UFSC à Esquerda
Flora Gomes – Redação UFSC à Esquerda – 13/11/2020
Desde o assassinato de um menino com apenas 12 anos pela Polícia Militar (PM) na madrugada de 12/11, os moradores do bairro Costeira estão organizando mobilizações contra a violência policial e em solidariedade à família da vítima. A tropa de choque esteve presente desde o início do ato, avançando em direção à comunidade.
Os moradores fizeram uma barricada na avenida “Via Expressa Sul” e foram cercados pela polícia. Enquanto a PM avançava contra os moradores, estes faziam um coro de revolta: “Não acabou, tem que acabar, eu quero o fim da polícia militar!”/“O Naninho perguntou, eu também vou perguntar, quantas mães têm que sofrer, para essa guerra acabar?”.
A brutalidade da polícia não poupou sequer as crianças que estavam presentes na mobilização. Um menino foi atingido pelas bombas de gás lacrimogêneo e desmaiou durante o ato. Mesmo diante da criança desmaiada, os policiais seguiram avançando com balas de borracha e gás lacrimogêneo. Segundo relatos dos manifestantes, a equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) não foi acionada pelos agentes. As duas vítimas atingidas pela PM – a criança e mais uma senhora – foram socorridos pela própria comunidade. Mesmo após o encerramento do ato, a polícia continuou seguindo e ameaçando os manifestantes com balas de borracha.
Frente à execução de uma criança de 12 anos pela PM, a grande mídia local e nacional silenciou. É a segunda morte de um jovem menor de idade pela polícia de Florianópolis em menos de um mês. A violência policial que está vitimando cada vez mais jovens em Florianópolis não é um caso isolado em nosso país. Diariamente, o aparelho repressor do Estado é convocado para atuar violentamente nas periferias das cidades brasileiras. Segundo os últimos dados divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, as vítimas de intervenções policiais em todo o território brasileiro cresceram 6% no primeiro semestre de 2020 quando comparado aos dados anteriores. Das Mortes Violentas Intencionais (MVI), 13,3% foram provocadas por policiais.