[Notícia] Banquinha de livros do UàE acontece toda quarta-feira na feirinha da UFSC

Luiz Costa – Redação UàE – 27/02/2018

Com o retorno do semestre letivo na UFSC, retorna também a editoria do Jornal UFSC à Esquerda e as atividades da Escola de Formação Política da Classe Trabalhadora – Vânia Bambirra. Além desses dois organismos, o coletivo iniciou, desde o ano passado, a Banquinha de Livros que, assim como as atividades do Jornal e da Escola, voltam a funcionar nesta semana.

A Banquinha de Livros surgiu em maio de 2017 aproximando os militantes que compõem o coletivo com a comunidade da UFSC. A fim de proporcionar um espaço de diálogo entre os jornalistas e os que acompanham o UàE e a EFoP, montamos a Banquinha de Livros toda quarta-feira na Praça da Cidadania, onde acontece a Feirinha da UFSC. Além disso, a venda de livros é um meio de manter a independência financeira prezada pelo coletivo, bem como proporcionar à comunidade diversas obras marxistas da Editora Boitempo e Expressão Popular, com descontos de 20% a 25%.

Por isso, convidamos a todos que nos acompanham a participar, conhecer, conversar, discutir e olhar alguns dos livros que temos em estoque. Qualquer dúvida, entre em contato através do site ou alguma de nossas páginas no Facebook.

 

Jornal UFSC à Esquerda (UàE)

O UàE é um coletivo jornalístico que surgiu em meados de agosto de 2013 em Florianópolis (SC). Em 19 de agosto de 2013, publicamos nosso primeiro texto “A UFSC foi cercada pelo imobilismo” em que fazíamos duras críticas às forças da esquerda que atuam na Universidade por meio da crítica ao cercamento físico do campus da Trindade (UFSC). Tratava-se naquela época de um conjunto de militantes, provindos de diferentes organizações e partidos políticos e inconformados com os rumos tomados pela esquerda e pela universidade brasileira. Aquele texto deu vazão a essa angústia e, quando percebemos a necessidade de uma retomada rigorosa das análises socialistas e marxistas, nos tornamos um coletivo.

A forma de um coletivo jornalístico decorreu dos debates internos, nos quais percebemos que a esquerda se ausentou dos meios de imprensa com os quais sempre teve íntima relação. Muitos dos partidos socialistas e comunistas, entre outros tipos de organizações revolucionárias, surgiram e se organizaram em torno de jornais. Para nós a formação de uma nova organização política, sem o tempo necessário para fazermos as autocríticas necessárias – já que muitos provinham de organizações dessa natureza – não faria qualquer sentido. A nova organização socialista pela qual ansiamos teria que vir da ascensão das lutas da classe trabalhadora e ganhar a forma que a classe forja no calor dessas lutas.

Para nós, é fundamental criar um instrumento que se torne parte do cotidiano dos seus sujeitos. Portanto, ao mesmo tempo, com igual importância ou até maior, precisaria ser um instrumento no qual a história das lutas da esquerda tivesse lugar. Hoje, muito da história não-oficial da UFSC está perdida. A não ser na memória daqueles mais diretamente envolvidos nos acontecimentos, não há registro e, sem registro, não há historicidade. E, por fim, precisaria ser mais uma forma de mediação das formas de consciência, através dos debates políticos e de análises da realidade que não permanecessem privatizadas aos membros de seitas, mas que pudessem circular livremente. E por esses meios o UàE foi ganhando essa forma nos últimos anos.

Fazemos análises de conjuntura e formações teóricas que logo são traduzidas para textos, vídeos, coberturas e colocadas ao alcance de todos os interessados. Alguns tratam especificamente de acontecimentos na universidade, enquanto outros dizem respeito à política educacional, ao governo federal, aos acontecimentos em vários lugares do mundo. Fazemos assim porque estudantes e trabalhadores da universidade não podem permanecer especializados em suas microrrelações cotidianas, um jornal que se ponha à serviço da universidade deve contemplar tudo.

 

Escola de Formação Política da Classe Trabalhadora – Vânia Bambirra (EFoP)

A EFoP foi criada a partir da necessidade de reaglutinação de militantes e educadores para a formação em torno do projeto de socialização dos conhecimentos produzidos pela nossa classe. Diante dos difíceis desafios do tempo presente o estudo rigoroso e profundo da realidade e sua materialidade histórica se tornam necessidades imperativas. Esta é mais uma das formas pelas quais respondemos ao chamado, munidos de livros, cerramos mais uma vez as fileiras daqueles dispostos a lutar.

A escola possui um programa político e pedagógico, que organiza sua leitura da realidade e conduz seus cursos permanentes, mas toma por tarefa a realização de inúmeras atividades acadêmicas, como cursos de curta duração, produção e sistematização de materiais de estudos, grupos de trabalho e de estudo. Conjunto de iniciativas, reunidas em torno de uma orientação programática.

Uma escola com programa fundado no pensamento marxiano e marxista e que demarca seu compromisso homenageando em seu nome Vânia Bambirra, intelectual ilustre da Teoria Marxista da Dependência. Bambirra foi, entre outros teóricos, uma referência que permitiu uma interpretação marxista da realidade nos países subdesenvolvidos. Com a força desse nome esperamos estar à altura de homenagear a autora falecida em 2015.

Os compromissos da Escola voltam-se todos para a tarefa de formação militante da nossa classe, o que nos coloca diretamente em rota de colisão com a Universidade Brasileira. Trata-se para nós, não de abandonar a universidade deixando ela no seu conformismo subordinado; nem mesmo de nos encerrarmos dentro dela, mas de colocar essa instituição diante de um profundo mal-estar: que a universidade traga para dentro de suas salas, os debates, as teorias da nossa classe e o nosso povo. Que a nossa classe tire a universidade dos seus espaços bem estabelecidos e transite pela cidade, pelos sindicatos, pelos movimentos. Enfim, trata-se de um projeto de fazer dessa instituição uma universidade no socialismo: que ciente que os desafios do presente nos colocam a necessidade de apropriação do conhecimento, desde agora, tome a universidade para si e reinvente o seu papel no curso da revolução socialista.

 

A proposta tanto do jornal quanto da escola são condizentes: acompanhar a realidade, sua complexificação e seguir criando condições para que todos aqueles que se ocupam da universidade possam lutar por ela e por uma vida efetivamente socializada. Por isso, a Banquinha pretende aumentar o vínculo entre os componentes e os simpatizantes do coletivo. Acompanhe nosso jornal, as próximas atividades da escola e, também, nossa Banquinha de Livros semanal. Sua participação é importante para nós!

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