Imagem: montagem UàE, a partir de foto gratuita do Canva.
Morgana Martins – Redação UàE – 23/04/2021
O reajuste de preço máximo dos medicamentos aprovado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed) é o maior desde 2016 e ficou acima da inflação de 2020 em 6,10%.
Desde abril, todos os brasileiros estão pagando mais caro pelos remédios. Na lista de produtos, os que ficaram mais caros foram os antibióticos, anti-inflamatórios, medicamentos para dor e para diabetes.
A Cmed aprovou três níveis de reajuste, de 10,08%; 8,44%; e 6,79%, sendo o aumento médio no preço de 8,43% dos medicamentos para este ano. No ano passado, essa média foi de 4,22%, a porcentagem quase que dobrou.
O reajuste não recai sobre o preço médio dos remédios, ele incide sobre o valor máximo que é tabelado pela Cmed. Por isso, o valor pode ser ainda maior do que o imaginado.
O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) nos da um exemplo disso: “o remédio para controle da gastrite custa, em média, R$ 21. Mas o preço limite dele é de até R$ 87,65. Com o aumento de 10%, pode chegar a R$ 96,41”.
As explicações para o reajuste dizem respeito a alta do dólar e do preço da matéria-prima. A maior parte dos insumos para fabricação de medicamentos é influenciada pela taxa de câmbio, já que são cotadas em dólar.
Ou seja, em meio a uma crise sanitária, em que as medicações são largamente utilizadas em hospitais lotados de infecções por Covid-19, além de outras doenças que costumam ocupar os profissionais da saúde, o Brasil ainda enfrenta, a mercê dos países de capitalismo central, um grande aumento do preço de medicamentos disponíveis para sua população cuja saúde foi atingida de forma brutal.