Imagem: Registro aéreo da Moradia Estudantil da Unicamp. Foto: Pró-reitoria de Graduação da Universidade Estadual de Campinas.
Maria Alice de Carvalho – Redação Universidade à Esquerda – 09/11/2021
A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) anunciou nas últimas semanas que pretende realizar a reforma e ampliação da Moradia Estudantil. De acordo com pronunciamento do pró-reitor de Desenvolvimento Universitário da Unicamp, Fernando Sarti, em 20 de outubro, a Unicamp deverá investir R$229,4 milhões na adaptação de salas de aula para cuprir os protócolos sanitários para o retorno presencial, na compra de equipamentos e no fortalecimento da permanência estudantil, como através da ampliação da moradia.
Essas medidas anunciadas são possibilitadas pela autorização orçamentária de um crédito suplementar de R$229 milhões pelo governo do estado, resultado da arrecadação do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias (ICMS), que possuiu arrecadação maior do que o previsto. Os recursos das universidades paulistas derivam de um percentual fixo da arrecadação estadual do ICMS.
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Junto a maior arrecadação do ICMS, o congelamento de gastos e a suspensão de atividades presenciais nos campi durante a pandemia da Covid-19 também foram fatores que levaram a universidade a não fechar o ano de 2021 com déficit orçamentário, mas sim com um superávit na casa de R$300 milhões.
O orçamento previsto para 2022, anunciado pelo governo estadual, é de R$3,7 bilhões, dos quais R$3,1 bilhões ficam para o uso direto da universidade. Os outros R$600 milhões são destinados ao financiamento de convênios da Unicamp, sobretudo na área de saúde pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Estão incluídos os valores repassados ao Hospital de Clínicas (HC), o Hospital da Mulher (Caism), gastrocentro, Hospital Estadual de Sumaré, os sete Ambulatórios Médicos de Especialidades (AMEs) que a Unicamp administra e o Hospital Regional de Piracicaba.
O pró-reitor Fernando Sarti anunciou que além das reformas que já estão em curso na moradia, há a previsão de investimento na ampliação do local e de bolsas sociais. A moradia da Unicamp tem cerca de 30 anos e possui capacidade para alojar cerca de 1 mil estudantes.
Em novembro de 2020, os estudantes da Unicamp estiveram mobilizados contra as propostas da reitoria, à época, de corte de bolsas e de vagas na moradia estudantil como forma de redução de gastos. Ainda esse ano, em janeiro, pelo menos 11 casas da Moradia sofreram com a queda de energia por três dias consecutivos, o que impactou na alimentação, higiene e acompanhamento das aulas online pelos estudantes.
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Os estudantes, residentes e não residentes da moradia, têm se organizado para fazer um levantamento das condições atuais das casas, de forma a contribuir com as discussões políticas sobre a reforma e ampliação da estrutura. No momento, circula um formulário que visa reunir informações para elaboração de um relatório estrutural e formulação de um laudo.
O objetivo dos estudantes, junto a professores e técnicos através do Grupo Moradia Sustentável, é que as reformas tenham como resultado o prolongamento da vida útil das casas, a correção de problemas estruturais graves e o fim da interdição do Bloco B e outros locais da moradia.