Morgana Martins – Redação UFSC à Esquerda – 15/07/2022
Nos dias 13 e 14 de julho ocorreu o período de votação para eleger a gestão para o Diretório Central dos Estudantes (DCE) de 2022-2023. O jornal UFSC à Esquerda acompanhou esse período e realizou no dia de ontem (14) a cobertura da apuração dos votos. O resultado foi publicado cerca próximo do horário das 4 horas da manhã de hoje (15), indicando a vitória da Chapa 4 – Só a Luta Muda a vida, com 48% dos votos válidos. Um dos aspectos que chamou a atenção da comunidade universitária, contudo, foi o baixo número de estudantes votantes.
O total de votos válidos (soma dos votos feitos às chapas, exceto brancos e nulos) foi de 3.924, e contando os votos nulos, a soma ficou em 3.947. Em eleições anteriores a participação estudantil foi muito mais expressiva. Buscamos nos arquivos da entidade e do Jornal UFSC à Esquerda dados dos pleitos ocorridos nos últimos dez anos para comparação.
Em 2019, os estudantes da Graduação somavam 28.524 (dado retirado do documento “A UFSC em números”) e os estudantes de ensino médio e fundamental do Colégio de Aplicação (CA) contavam 1.005, portanto. Esse é o último dado atualizado disponibilizado pela UFSC em seus sites oficiais. Com base nesses números, o pleito ocorrido nesta semana teve uma participação de aproximadamente 13% da comunidade estudantil.
Na eleição de 2018, a última eleição para o diretório que elegeu a gestão Canto Maior, contavam-se na graduação da UFSC 29.303 estudantes e 928 alunos do CA, um total de 30.231 potenciais votantes; a eleição obteve 8.204 participantes – sendo 5.661 na chapa eleita – ou seja, uma participação de 27% de estudantes. Seguindo essa dinâmica de contagem: em 2017, 21,5% de participação nas urnas; em 2016, 16,8%; em 2015, 25,6%; em 2014, 21%; em 2013, 21,5%; e, por fim, em 2012, 18,8%.
A partir dos dados acima, notamos que em 10 anos de eleições para o DCE, temos a porcentagem de participação mais baixa da série histórica e que elegeu uma gestão que mantém a maior parte do arco de alianças entre partidos e organizações que estiveram na gestão da entidade nos últimos quatro anos – visto que a gestão anterior, alegando as dificuldades trazidas pela pandemia, conseguiu estender sua gestão durante todo esse período.
Esse é um texto inicial com o objetivo de debater o que significou as eleições de 2022 para a dinâmica do movimento estudantil da UFSC, que teve como último grande acontecimento a luta contra o Future-se que ocorreu no final de 2019. Nosso jornal produziu um dossiê que auxilia na no resgate e compreensão sobre como chegamos até esse cenário, confira: https://drive.google.com/file/d/1LnfEWc2EXDv6ZUwbgAchIqAe1dDupwO-/view