José Braga – Redação UàE – 02/10/2018
Na tarde de ontem uma denúncia grave tomou as redes sociais: o dono da rede de lojas Havan, Luciano Hang, publicou um vídeo em sua conta no twitter voltado aos trabalhadores da empresa em que os coage a votar em Bolsonaro para presidente. Em trecho do vídeo, Hang fala sobre uma possível derrota de Bolsonaro:
“A Havan vai repensar o nosso planejamento. Talvez a Havan não vai abrir mais lojas. E aí se eu não abrir mais lojas ou se nós voltarmos para trás? Você está preparado para sair da Havan? Você está preparado para ganhar a conta da Havan? Você que sonha em ser líder, gerente, e crescer com a Havan, você já imaginou que tudo isso pode acabar no dia 7 de outubro?”
Evidente, a fala ameaça não apenas o encerramento da política de expansão da rede, mas o fechamento de lojas e consequentemente de postos de trabalho. A rede tem hoje 114 lojas em 17 estados brasileiros e cerca de 15000 trabalhadores.
O empresário afirma ainda que realiza pesquisas internas de intenção de voto. E que o último resultado aponta que 30% dos trabalhadores da rede, votaria em branco ou nulo. Sobre isto, diz:
“Depois não adianta reclamar. Se você não for votar, se você anular seu voto, se você votar em branco e depois do dia 7 nosso país lamentavelmente ganha a esquerda e nós vamos virar uma Venezuela. Vou dizer para vocês, até eu vou jogar a toalha.”
DENÚNCIA: Luciano Hang, dono das Lojas Havan grava vídeos intimidando funcionários de suas lojas a não votarem na esquerda e PSDB. Cabo eleitoral de Bolsonaro, admite em vídeo que faz pesquisa internas em sua loja para saber o voto destes. Faz ameaças: "Vai querer sair da Havan?" pic.twitter.com/DkVo6ejyWv
— Michel (@gramich) October 1, 2018
O vídeo explicita a clara afronta do dono da Havan a liberdade política dos trabalhadores. Ao jornal empresarial Folha de São Paulo, Hang nega ter coagido seus funcionários:
“Jamais coagi, até porque não é democrático você obrigar alguém a votar naquela pessoa que você quer. Você pode dizer em quem você acha que deve votar, mas nunca obrigar. Só tem duas opções agora: Bolsonaro ou PT. Eu vou rever o plano estratégico se a esquerda vencer e me preparar para deixar o país, como fizeram na Venezuela”.