Imagem: Reprodução/Apufsc
Marcelo Ferro – Redação UàE – 24/09/2020
Duas chapas estão na disputa pela diretoria da Apufsc (o Sindicato dos Professores das Universidades Federais de Santa Catarina), para o período 2020-2022. Com as medidas de isolamento social, a campanha acontece principalmente através dos meios virtuais. A votação será realizada entre as 9h00 de 01/10 até 15h00 do dia 04/10, sendo aptos a votar todos os professores que se sindicalizaram até o dia 31 de agosto.
Confira a composição das chapas:
Chapa 1: Avançar nas lutas
Presidente: Carlos Alberto “Bebeto” Marques (professor do MEN/CED)
Vice-presidente: Camilo Buss Araújo (professor do CA)
Secretário Geral: Douglas Francisco Kovaleski (professor do SPB/CCS)
1º Secretário: Valdir Alvim da Silva (professor do CNM/CSE)
Diretora Financeira: Gabriela Kaiana Ferreira (professora do DF/CFM)
Diretora Financeira Adjunta: Tatiane de Andrade Maranhão (professora do QMC/CFM)
Diretor de Divulgação e Imprensa: Romeu Augusto de Albuquerque Bezerra (professor aposentado do CA)
Diretor de Promoções Sociais, Culturais e Científicas: Roberto Ferreira Melo (professor do ACL/CCS)
Diretor de Assuntos de Aposentadoria: José Francisco Danilo de Guadalupe Correa Fletes (professor do INE/CTC)
Chapa 2: Ação Sindical
Presidente: Carlos Wolowski Mussi (professor aposentado do CAD/CSE)
Vice-presidente: Antonio Fabio Carvalho da Silva (professor do EMC/CTC)
Secretário Geral: Wilson Erbs (professor do QMC/CFM)
1º Secretário: Julio Felipe Szeremeta (professor aposentado do INE/CTC)
Diretor Financeiro: Mauro Amaral Caldeira Andrada (professor aposentado do ODT/CCS)
Diretora Financeira Adjunta: Bernadete Limongi (professora aposentada do LLE/CCE)
Diretor de Divulgação e Imprensa: Helio Ademar Schuch (professor aposentado do JOR/CCE)
Diretor de Promoções Sociais, Culturais e Científicas: Nelson da Silva Aguiar (professor aposentado do DEF/CDS)
Diretor de Assuntos de Aposentadoria: Antonio Farias Filho (professor aposentado do CA)
Oposição vem pela direita
Uma oposição à chapa de Bebeto, que presidiu a Apufsc-Sindical no período 2018-2020, veio de setores considerados mais à direita do movimento docente na UFSC, que dirigiam o sindicato antes de 2018. Foi na gestão de Carlos Mussi, presidente no período 2010 a 2012, que a Apufsc se desvinculou do Andes-SN, tornando-se sindicato autônomo. A discussão de refiliação a uma entidade nacional é novamente pauta dos docentes, que hoje enxergam a fragilização provocada pelo isolamento do cenário nacional.
Outro dos nomes importantes da chapa de oposição é Wilson Erbs, que presidiu por dois mandatos seguidos a Apufsc, de 2014 a 2018. Durante sua gestão, Erbs atuou junto aos chefes de Departamento e diretores de Centro para impedir a mobilização docente. Em diversas ocasiões, ameaçou até a abertura de processos trabalhistas e de sindicância contra os professores que entrassem em greve.
Sessão local do Andes foi dissolvida
A sessão local do Andes-SN, na qual se organizavam muitos professores de esquerda, foi dissolvida em 21 de julho, após um longo processo de judicialização movido pela Apufsc na gestão de Bebeto. Em abril, a 1ª Vara da Justiça do Trabalho emitiu decisão em favor da Apufsc que proibiu que o Andes representasse sindicalmente os professores na base da UFSC, forçando a dissolução. Desde então, cerca de 270 professores que se organizavam no Andes-UFSC se juntaram na frente “docentes em movimento”.
O Andes-UFSC se confrontou diversas vezes com a política da direção da Apufsc, que, na mesma linha das gestões que a antecederam, vinha atuando contra a mobilização dos professores e fragilizando a categoria frente aos intensificados ataques do governo federal contra os trabalhadores e servidores públicos em particular. Um dos episódios recentes que marca a debilidade do movimento docente na UFSC foi a insuficiência de quórum para apoiar a Greve Geral de 14 de junho de 2019, que culminava as mobilizações a nível nacional contra a reforma da Previdência. Na ocasião, a Apufsc decidira por uma paralisação de 30 minutos em frente à Reitoria.
Nas discussões do grupo “docentes em movimento”, foi descartada a composição de chapa da Apufsc junto com Bebeto. Somou-se às discordâncias políticas e de condução da Apufsc-Sindical o papel de Bebeto na dissolução da sessão do Andes, movendo inclusive processos contra sua diretoria, e impedindo que uma base mais à esquerda dos professores pudesse realizar ações mais combativas, como a deflagração de greve.