Luiz Costa – Redação UàE – 14/12/2017
Em sua última atividade do ano, a Escola de Formação Política da Classe Trabalhadora – Vânia Bambirra (EFoP) realizou, na sexta-feira da semana passada (8), uma formação sobre a “A Educação Para Além do Capital” em homenagem ao falecido filósofo húngaro István Mészáros, um dos mais importantes intelectuais do tempo recente.
Criada no início do ano, a EFoP, em parceria com o UFSC à Esquerda, surge a partir da necessidade de reaglutinação de militantes e educadores para a formação em torno do projeto de socialização dos conhecimentos produzidos pela nossa classe. Diante dos difíceis desafios do tempo presente o estudo rigoroso e profundo da realidade e sua materialidade histórica se tornam necessidades imperativas. Esta é mais uma das formas pelas quais respondemos ao chamado, munidos de livros, cerramos mais uma vez as fileiras daqueles dispostos a lutar.
Retrospectiva das atividades da Escola em 2017:
26 de março – curso: “Introdução à Teoria do Valor em Marx”. Inaugurando as atividades da escola, esse curso ofereceu uma densa introdução à teoria do valor. Passando pelos principais capítulos dos livros I e III d’O Capital, a formação durou um dia inteiro e propiciou uma base para avançar no campo da Teoria Marxista da Dependência, tema da formação seguinte.
30 de abril – curso: “Introdução à Teoria Marxista da Dependência: a superexploração da força de trabalho”. Baseado na obra “A Dialética da Dependência”, o curso debateu a proposta inovadora de Ruy Mauro Marini: a interpretação marxista sobre a acumulação capitalista na periferia do mercado mundial. A discussão permeou a integração do mercado mundial, a transferência de valor aos países do centro capitalista e a necessidade dos países latino-americanos de compensar essa transferência, no âmbito da produção interna, com a superexploração. A Teoria Marxista da Dependência aprofunda o entendimento sobre o processo global de valorização do Capital, e, por isso, é instrumento indispensável para a compreensão da realidade dos países da periferia.
8 de setembro – curso: “Os interesses das frações do Capital nas Universidades brasileiras”. Nessa formação foi possível debater sobre a Universidade brasileira e os interesses das frações do capital em controlar sua estrutura e seu caráter, ditando seus rumos, e colocando novas questões para o conjunto dos trabalhadores, estudantes e pesquisadores.
20 de outubro – curso: “A contribuição gramsciana para o problema do Estado Moderno”. Com base na leitura de fragmentos das cartas e do Caderno do Cárcere, foi discutido a contribuição que Gramsci faz para interpretar as complexidades do Estado Moderno. Como, por exemplo, a distinção entre sociedade civil e política, o funcionamento dos mecanismo de coerção e consenso do Estado e o papel das “instituições ditas privadas”.
8 de dezembro – curso: “A Educação Para Além do Capital”. Encerrando as atividades da Escola no seu primeiro ano de atividade e homenageando Mészáros, nesta edição, foi discutido o tema da educação, inserindo os debates que filósofo húngaro desenvolve em seu livro “A Educação para além do Capital”. Foram abordadas questões fundamentais para se pensar uma educação voltada para a realização das transformações sociais necessárias, uma educação que rompa com a lógica alienante do Capital e que se empenhe na construção de outra sociedade.
Próximas atividades:
A EFoP pretende dar continuidade aos cursos de formação em 2018. No começo do ano será ofertado uma formação sobre o livro “O Estado e a Revolução” de Lênin. Além dos curso, será criado um grupo de estudos sobre a Teoria Marxista da Dependência. O primeiro livro que será estudado no grupo é o “Teoria da Dependência” de Theotonio dos Santos.
Acompanhe as próximas atividades da escola através do sítio ou da página no Facebook da Escola ou do UFSC à Esquerda.