Imagem: Estudantes em ato na UFRN em reivindicação pelo Restaurante Universitário (RU), 08 de abril de 2022. Foto: Reprodução/Diretório Central dos Estudantes José Silton Pinheiro (DCE/UFRN).

[Notícia] Estudantes da UFRN lutam por retorno do Restaurante Universitário

Imagem: Estudantes em ato na UFRN em reivindicação pelo Restaurante Universitário (RU), 08 de abril de 2022. Foto: Reprodução/Diretório Central dos Estudantes José Silton Pinheiro (DCE/UFRN).

Maria Alice de CarvalhoRedação Universidade à Esquerda – 11/04/2022

Os estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) encontram-se em luta pelo retorno do Restaurante Universitário (RU), redução do seu preço, e por melhor acesso ao transporte público na cidade de Natal.

A UFRN retornou com as atividades acadêmicas na modalidade presencial a partir do último dia 28 de março, após dois anos de funcionamento na modalidade remota. Apesar do retorno, que implica na locomoção de diversos estudantes de volta para o entorno da universidade, o RU permanece fechado.

Na tarde da última sexta-feira (08), mais de 100 estudantes realizaram um ato na reitoria da UFRN reivindicando o retorno imediato do Restaurante e redução do preço da refeição. Dentre os Restaurantes Universitários das Universidades Federais pelo país, o da UFRN é o mais caro: R$8,00.

Em publicação em suas redes sociais, o Diretório Central dos Estudantes José Silton Pinheiro (DCE) indicou a importância de uma política de alimentação para inserção e permanência dos estudantes no espaço universitário:

No mesmo país em que mais de 155 milhões de pessoas estão em insegurança alimentar, a reitoria da UFRN não garantiu alimentação digna à sua comunidade.

Entre as inúmeras problemáticas que os estudantes vêm sofrendo durante a volta do ensino presencial, a fome, causada pela não abertura do restaurante universitário, é uma das que mais se destaca.

Por isso, o DCE da UFRN convoca todos os alunos a se fazerem presentes no ato pela reabertura do RU e melhoria e redução do seu preço (R$8,00; o mais caro do país).”

De acordo com as declarações do DCE, a reitoria não possui ainda uma previsão real de retorno dos RUs nos campis da UFRN. Antes da pandemia, os restaurantes alimentavam mais de 3 mil pessoas.

Além da luta pelo RU, os estudantes têm se mobilizado também por condições mais justas de acesso e circulação pela cidade através do transporte público. Hoje (11) à tarde houve a primeira reunião de um comitê de luta pelo transporte, que foi constituído em Assembleia Estudantil da UFRN (em 05/04), para debater e elaborar um calendário permanente de mobilizações.

Em suas redes o DCE circulou a seguinte mensagem aos estudantes e comunidade:

“Não é de hoje que lutamos pelo direito ao transporte público, pois ele constantemente é negado. As empresas de ônibus fazem o que querem com a população e a prefeitura de Álvaro Dias (PSDB) privilegia os interesses dos empresários em detrimento do funcionamento do serviço. As linhas são retiradas sem aviso prévio ou consulta, a frota é reduzida, não se cumpre as decisões do ministério público relativas a essas questões e a população sofre.

Desde que a pandemia começou muitas linhas de ônibus foram canceladas ou alteradas. Entre elas, as que passam no campus central da UFRN. Houve também uma tentativa no final do ano passado de cobrar tarifa do circular, o que movimento estudantil prontamente respondeu e lutou para que não passasse, apesar da repressão grave da prefeitura aos nossos protestos.

CHEGA DE DESRESPEITO ÀS/AOS ESTUDANTES E AO POVO DE NATAL! Queremos a volta das linhas que entravam no Campus da UFRN e ampliação e fortalecimento dos circulares! Transporte público é parte da garantia de permanência estudantil e o seu sucateamento reflete um projeto de elitização da universidade.”

O que ocorre na UFRN é um dos exemplos do que tem sido o retorno presencial nas Universidades Federais nesse primeiro semestre de 2022. Nessas primeiras semanas as comunidades universitárias, sobretudo a categoria estudantil, têm sentido imensas dificuldades com especulação imobiliária, alta do preço dos alimentos, limitação de transporte público e problemas de infraestrutura devido ao baixo orçamento das universidades.

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