Ana Paula Magalhães – Redação UàE – 21/05/2018
Promovida por graduandos do curso de Museologia, a exposição Mamilo Manifesto continuará aberta até o dia 30 de maio, das 9h às 18h30, de terças a sextas no terceiro andar do Museu de Arqueologia e Etnologia da UFSC (MArquE). A exposição, gratuita e aberta à comunidade, propõe colocar em xeque os estigmas que permeiam o assunto “mamilos” num espaço bastante articulado e criativo, além de contar com a exibição de filmes nas quartas, às 16h.
A temática, escolhida a partir de uma enquete entre os estudantes, demonstra-se polêmica e inovadora à medida que reforça e expõe a necessidade de se debater sobre tabus na contemporaneidade, cumprindo, desse modo, o papel social do MArquE. Sob esse viés, a exposição traz ainda questões históricas, legais, culturais e estéticas, propondo uma reflexão acerca da percepção que se tem dos mamilos em diferentes contextos.
Dividido em três núcleos, o espaço permite ao(a) visitante sua identificação com diferentes “ciclos da vida”. A princípio, os mamilos são associados ao início da vida, por meio da amamentação e da infância, onde não se tem uma censura sobre os peitos. Em seguida, o encontro é com o período transitório, a angustiante adolescência, na qual a relação com o próprio corpo é cada vez mais podada e modulada por padrões sociais. Por fim, o(a) visitante depara-se com o confronto entre os mamilos e a estética na vida adulta, com a exposição de dados sobre a crescente demanda por cirurgias plásticas e de pinturas artísticas cujos protagonistas são os mamilos.
Esse percurso todo deixa no ar o questionamento sobre que padrões são esses que permeiam o corpo, responsáveis por modular em diferentes níveis a autoestima feminina. Em entrevista ao UàE, Eugenio Pelegrin, um dos organizadores da exposição, reafirma essa função do espaço, dando ênfase ao seu aspecto transformador:
“a gente busca a libertação desses padrões, reconhecendo que existem tipos de pessoas diferentes. É importante que a gente faça as pessoas se reconhecerem, se identificarem, ficando bem consigo mesmas”
Após esse encontro consigo(a) mesmo(a), há um espaço para intervenção do público, onde podem ser expressas as opiniões e sensações com relação ao espaço e à própria temática.
Diante disso, fica o convite para se defrontar com a realidade em seu estado distante dos rótulos, os quais, em certa medida, desnaturalizam aquilo que nos é humano.
Para acompanhar o projeto nas mídias, clique aqui. ]]>