Atos contra o governo Bolsonaro levam milhares às ruas. Montagem UàE com fotos de Alexia Martins e Alonso Junior/Mídia Ninja

[Notícia] Fora Bolsonaro #24J marca a posição intransigente dos trabalhadores!

Atos contra o governo Bolsonaro levam milhares às ruas. Montagem UàE com fotos de Alexia Martins e Alonso Junior/Mídia Ninja

Nina Matos e Helena Lima – Redação UàE – 24/07/2021

Cerca de 500 cidades brasileiras tiveram atos marcados para o dia 24 de julho. Em uma crescente das mobilizações, a classe trabalhadora toma as ruas pela quarta vez para clamar o Fora Bolsonaro e tudo o que a figura que hoje ocupa a presidência significa de retrocessos.

Em todas as regiões do Brasil, em cada estado, a população pautou o fim da Reforma Administrativa, o fim das privatizações, vacina para todos e todas, uma política econômica que nos satisfaça, enfim, pautas estas que se encontram e compõem o grito Fora Bolsonaro.

Ao todo, segundo estimativas feitas pelos organizadores, 600 mil pessoas participaram dos atos. Os últimos dois dias de manifestações reuniram 750 mil e 800 mil, no dia 19 de junho e três de julho.

As manifestações massivas do dia três de julho também foram impulsionadas pelo pedido de impeachment de Bolsonaro entregue naquele final de semana e aos escândalos da CPI da Covid-19, de incompetência e corrupção, revelados na semana anterior.

Nas maiores cidades, como no Rio de Janeiro e em São Paulo, os organizadores sentiram uma pequena diminuição na quantidade de pessoas participando. Entretanto, houve um aumento no número de cidades que tiveram atos marcados — o que pode sinalizar que a indignação está se espalhando, não mais concentrada apenas nas grandes cidades.

Em São Paulo (SP) o ato também foi marcado pela tentativa de incendiar a estátua do bandeirante Borba Gato, localizada na zona sul da capital, no início da tarde. No Rio de Janeiro (RJ) o ato aconteceu pela manhã com mais de 75 mil pessoas, que percorreram a Avenida Presidente Vargas até a Praça da Candelária. Em Belo Horizonte (MG) milhares se reuniram na Praça da Liberdade pela tarde. Em Vitória (ES), uma das principais vias da cidade foi interditada pelo ato Fora Bolsonaro.

Na região Norte muitas capitais tiveram atos Fora Bolsonaro. Em Rio Branco (AC) e Manaus (AM) as manifestações aconteceram nesta tarde de sábado com menor participação. Em Belém (PA), Porto Velho (RO), Boa Vista (RR) e Palmas (TO) os atos aconteceram no início da manhã. Além das capitais, dezenas de outras cidades no interior tiveram manifestações marcadas.

No Nordeste aconteceram cerca de 100 atos em toda a região. Nas capitais, como Fortaleza (CE) a manifestação iniciou pela tarde na Praça Portugal e seguiu em direção ao bairro Praia de Iracema. Salvador (BA) reuniu dezenas de milhares de pessoas pela manhã. No Recife (PE) a manifestação aconteceu na manhã deste sábado entre a Praça Derby e a Avenida Guararapes. Em Maceió (AL) e Teresina (PI), João Pessoa (PB) e São Luís (MA) os atos aconteceram pela manhã.

Quase uma centena de cidades na região Sul tiveram atos marcados. Nas capitais, os atos ocorreram logo no início da tarde. Em Curitiba (PR), a concentração foi na Praça Santos Andrade, região central da cidade, finalizando em frente ao prédio histórico da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Em Florianópolis (SC), com uma estimativa de 5 mil pessoas, os manifestantes ocuparam uma das avenidas centrais da cidade. Em Porto Alegre (RS), o ato saiu do Largo Glênio Peres em direção ao Largo Zumbi dos Palmares.

Em Brasília (DF) milhares marcharam na Esplanada dos Ministérios, o ato iniciou pela tarde e seguiu até o início da noite. Em Goiânia (GO) o ato começou às 9 horas da manhã na Praça Cívica e terminou ao meio dia, na Praça do Trabalhador. Em Cuiabá (MT) o ato aconteceu na tarde deste sábado pela tarde na Praça Alencastro.

Porque lutar pelo Fora Bolsonaro?

O país já ultrapassou a marca de meio milhão de pessoas mortas pelo Covid-19. Durante os períodos mais críticos, vimos Bolsonaro fazer pouco caso das centenas de milhares de mortes. Por trás de toda a babaquice que proferia, o presidente estava envolvido com esquemas de propina nas compras das vacinas, com interesses escusos que pautavam o suposto “tratamento precoce” como política de saúde pública, além de apostar a vida de muitos em um jogo político.

O descaso com a crise sanitária se mistura à grave crise econômica — colocada na conta de centenas de milhares de famílias. Enquanto as elites seguem enriquecendo, a maior parte da nossa população vê seu salário tornar-se cada vez menor frente ao aumento nas contas de luz, gás, gasolina e nos mercados.

Em suma, aos trabalhadores por todo o Brasil, foi imposta duas saídas: ou encarar o desemprego, ou encarar o vírus.

É nesse contexto, permeado por reformas que visam a destruição de outras possibilidades para a classe — como é o caso da Reforma Administrativa, o sucateamento do serviço público através das privatizações — que as ruas foram tomadas pela insatisfação e pelo desejo de mudança.

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