Gustavo Bastos – Redação UàE 22/06/2021 – Publicado originalmente em Universidade à Esquerda
A mega usina hidroelétrica de Itaipu foi construída entre 1973 e 1982 na fronteira entre Brasil e Paraguai, no rio Paraná. A Usina tem como proprietários os dois países, Brasil e Paraguai. Cada um dos países tem direito a 50% da energia produzida.
A mega usina, que até 2012 figurava como a maior do mundo, e que hoje perde apenas para usina de três gargantas, na China ainda não terminou de ser paga. O fim da dívida de Itaipu ocorrerá em 2023, o que fará com que o custo do kWh pertencente ao Brasil reduza significativamente, indo de R$349 para R$167. Essa é a redução que o governo diz que virá da privatização da Eletrobrás.
O que não consta nas contas do governo é o restante da energia produzida por Itaipu, que o Brasil compra do Paraguai com contrato de exclusividade até o fim do pagamento de Itaipu. Com o fim da exclusividade, que deve acabar também em 2023 o Paraguai fica livre para vender a energia a quem pagar mais, Argentina ou Chile, por exemplo.
O Brasil, entretanto, conta com esta energia e não se preparou para o fim da compra com exclusividade. Na prática os Brasileiros estarão numa posição de desvantagem nas negociações de preço com o país vizinho, que pode fixar o preço em valores mais altos que os praticados hoje, inclusive. Não há tempo hábil para a construção de novas usinas, sejam elas hidrelétricas, térmicas ou eólicas.
A produção de energia de Itaipu atende cerca 10,8% do consumo brasileiro e 88,5% do consumo paraguaio. Treze das 20 unidades geradoras da usina conseguiriam atender, em condições de normalidade, a demanda energética dos três estados da região sul.