Foto: Gibran Mendes/CUT-PR
José Braga – Redação UàE – 17/02/2020 – publicado originalmente em Universidade à Esquerda
Desde o dia 01 de fevereiro os petroleiros estão em greve lutando contra as demissões e a política de privatizações na Petrobrás. Hoje, dia 17, a greve atinge 121 unidades por todo o país conforme informam a Federação Única dos Petroleiros e a Federação Nacional dos Petroleiros. É a maior greve da categoria desde 1995.
O estopim da greve é a demissão de cerca de 1000 trabalhadores da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (FAFEN-PR) com o consequente fechamento da planta. Os trabalhadores estavam ocupando a fábrica desde meados de janeiro na luta contra as demissões.
De acordo com as informações das federações aproximadamente 21 mil petroleiros, trabalhadores das unidades operativas da Petrobrás, estão na greve. Um grande ato está previsto para amanhã no Rio de Janeiro, às 16 horas.
Um gás na greve: em diversas cidades do país os petroleiros em greve estão realizando uma campanha vendendo gás a preço justo; os butijões que tem custado aos trabalhadores entre R$70 e R$80, são subsidiados pelos trabalhadores e vendidos por R$30 a R$40.
A campanha tem o objetivo de demonstrar a política de preços abusivos que tem sido imposta pelo governo e os dirigentes da Petrobrás e como seria a venda de gás e combustível a preço justo.
Apoio: a greve tem recebido grande solidariedade de outras categorias de trabalhadores; hoje, concretamente, recebeu o apoio e a luta conjunta dos caminhoneiros do porto de Santos; os caminhoneiros realizaram 24 horas de paralisação fechando o porto.
Os caminhoneiros apoiam os petroleiros e reivindicam o valor mínimo para o frete, a isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre combustíveis, e lutam contra o Plano de Zoneamento no porto de Santos.
A mobilização dos caminhoneiros no porto de Santos, que seguia pacífica, sofreu repressão da polícia militar que os atacou com bombas de efeito moral. A polícia militar prendeu Alexsandro Viviani, presidente do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos (Sindicam).
Repressão: A greve dos petroleiros tem sido reprimida pelo Estado brasileiro. O Tribunal Superior do Trabalho e o Superior Tribunal Federal já emitiram decisões que favorecem a gerência da Petrobrás e prejudicam a luta dos trabalhadores.
Não bastasse ter o Estado contra os trabalhadores, as intimidações da gerência e da polícia os trabalhadores enfrentaram inclusive o cárcere privado. Na Refinaria Presidente Bernardes de Cubatão devido a recusa da empresa em negociar a contingência com o sindicato, a gerência manteve 76 trabalhadores confinados na planta por cerca de 140 horas. O sindicato teve que entrar com um pedido de Habeas Corpus para a liberação dos trabalhadores.
Mesmo assim a empresa ainda manteve três trabalhadores confinados por ainda mais tempo. O absurdo foi tamanho que o Ministério Público do Trabalho de Santos pediu a prisão do gerente geral da Refinaria.
Confira o quadro da greve:
Quadro nacional da greve – 17/02
58 plataformas
11 refinarias
24 terminais
8 campos terrestres
8 termelétricas
3 UTGs
1 usina de biocombustível
1 fábrica de fertilizantes
1 fábrica de lubrificantes
1 usina de processamento de xisto
2 unidades industriais
3 bases administrativas
A greve em cada estado:
Amazonas
Campo de Produção de Urucu
Termelétrica de Jaraqui
Termelétrica de Tambaqui
Terminal de Coari (TACoari)
Refinaria de Manaus (Reman)
Ceará
Plataformas – 09
Terminal de Mucuripe
Temelétrica TermoCeará
Fábrica de Lubrificantes do Nordeste (Lubnor)
Rio Grande do Norte
Plataformas – PUB-2 e PUB-3
Ativo Industrial de Guamaré (AIG)
Base 34 e Alto do Rodrigues – mobilizações parciais
Pernambuco
Refinaria Abreu e Lima (Rnest)
Terminal Aquaviário de Suape
Bahia
Terminal de Camaçari
Terminal de Candeias
Terminal de Catu
UO-BA – 07 áreas de produção terrestre
Refinaria Landulpho Alves (Rlam)
Terminal Madre de Deus
Usina de Biocombustíveis de Candeias (PBIO)
Espírito Santo
Plataformas: FPSO-57 e FPSO-58
Terminal Aquaviário de Barra do Riacho (TABR)
Terminal Aquaviário de Vitória (TEVIT)
Unidade de tratamento de Gás de Cacimbas (UTGC)
Sede administrativa da Base 61
Minas Gerais
Termelétrica de Ibirité (UTE-Ibirité)
Refinaria Gabriel Passos (Regap)
Rio de Janeiro
Plataformas – PNA1, PPM1, PNA2, PCE1, PGP1, PCH1, PCH2, P07, P08, P09, P12, P15, P18, P19, P20, P25, P26, P31, P32, P33, P35, P37, P40, P43, P47, P48, P50, P51, P52, P53, P54, P55, P56, P61, P62, P63, P74, P76, P77
Terminal de Cabiúnas, em Macaé (UTGCAB)
Terminal de Campos Elíseos (Tecam)
Termelétrica Governador Leonel Brizola (UTE-GLB)
Refinaria Duque de Caxias (Reduc)
Terminal Aquaviário da Bahia da Guanabara (TABG)
Terminal da Bahia de Ilha Grande (TEBIG)
Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj)
São Paulo
Termelétrica Nova Piratininga
Terminal de São Caetano do Sul
Terminal de Guararema
Terminal de Barueri
Refinaria de Paulínia (Replan)
Refinaria de Capuava, em Mauá (Recap)
Refinaria Henrique Lages, em São José dos Campos (Revap)
Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão (RPBC)
Plataformas – PMXL1, P66, P67, P68 e P69
Terminal de Alemoa
Terminal de São Sebastiao
Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato (UTGCA)
Termelétrica Cubatão (UTE Euzébio Rocha)
Torre Valongo – base administrativa da Petrobras em Santos
Terminal de Pilões
Mato Grosso do Sul
Termelétrica de Três Lagoas (UTE Luiz Carlos Prestes)
Paraná
Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar)
Unidade de Industrialização do Xisto (SIX)
Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (FafenPR/Ansa)
Terminal de Paranaguá (Tepar)
Santa Catarina
Terminal de Biguaçu (TEGUAÇU)
Terminal Terrestre de Itajaí (TEJAÍ)
Terminal de Guaramirim (Temirim)
Terminal de São Francisco do Sul (Tefran)
Base administrativa de Joinville (Ediville)
Rio Grande do Sul
Refinaria Alberto Pasqualini (Refap)