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RIO DE JANEIRO RJ 02 09 2018 Um incêndio de proporções ainda incalculáveis atingiu, no começo da noite deste domingo (2), o Museu Nacional do Rio de Janeiro, na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, na zona norte da capital fluminense FOTO Tania Rego /Agencia Brasil

[Notícia] Incêndio no Museu Nacional queima patrimônio inestimável

Um incêndio de proporções ainda incalculáveis atingiu, no começo da noite deste domingo (2), o Museu Nacional do Rio de Janeiro, na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, na zona norte da capital fluminense FOTO Tania Rego /Agencia Brasil/ Fotos Públicas.

Maria Fernandez – Redação UàE – 03/09/2018

Ontem, dia 02/09/2018, por volta das 19h30 teve início o incêndio no Museu Nacional, a informação é da Reitoria da UFRJ. A visitação do dia já havia sido encerrada por volta das 17h e até o momento não há registro de vítimas. O incêndio só foi controlado pelos bombeiros por volta das 2h da manhã. Ao que tudo indicada, quase nada pode ser salvo de um acervo de inestimável valor histórico e cultural.

  O Museu Nacional, vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, sofria com corte de orçamento, visto que a verba para manutenção de 520 mil reais anuais não vinha sendo repassada integralmente desde 2014. A falta de verbas inviabilizou obras de melhoria da estrutura. Um sistema de prevenção de incêndio, assim como restaurações que permitiriam a reabertura de alas que estavam fechadas à visitação, estava previsto com verba de contrato com o BNDS firmado em junho, a época do bicentenário do Museu.

Alexader Kellner, diretor do museu, cobrou do governo federal recursos para a reconstrução, o diretor já havia alertado para os problemas de sua conservação em entrevista em maio deste ano.

O combate ao fogo foi prejudicado pela falta de água nos hidrantes do entorno, o corpo de bombeiros teve que recorrer a caminhões-pipa e a água do lago do parque.

O museu localizado no parque da Quinta da Boa Vista Parque estava instalado no Palácio de São Cristóvão. O prédio que completou 200 anos em junho foi residência oficial da família real, doado ao príncipe regente D. João VI, em 1808.

Contava com acervo de 20 milhões de itens. Seu acervo possuía coleções de geologia, paleontologia, botânica, zoologia, antropologia biologia, arqueologia e etnologia. Possuía uma das maiores bibliotecas especializadas em ciências naturais do Brasil. Algumas das peças mais reconhecidas eram: o meteorito do Bendegó; uma coleção de múmias egípcias; e Luzia, a mulher mais antigas das Américas, com aproximadamente 12 mil anos.

Esse incêndio soma-se a outros que destruíram parte do nosso patrimônio histórico e cultural, a exemplo: o incêndio em 15/05/2010 no Instituto Butantan que destruiu maior acervo de cobras, cerca de 70mil espécies foram queimadas ; o de 29/05/2013 do Memorial da América Latina que iniciou no auditório Simón Bolívar; e o de 21/12/2015  que tomou boa parte do Museu da Língua portuguesa. Além disso, outro exemplo do descaso com a conservação de patrimônio é o do Museu Paulista, da Independência, que está fechado há cinco anos.

O fogo consumiu parte incomensurável da história brasileira e mundial, queimou um patrimônio que pertence a todos nós. Os cortes e limites orçamentários para pesquisa e educação são demonstração que não faz parte do projeto de Brasil a manutenção e conhecimento da nossa história, muito menos o desenvolvimento de pesquisa e construção de um outro futuro.

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