Imagem: Manifestantes em protesto que aconteceu em 18 de novembro de 2020, contra nomeação de reitor da UFPB menos votado em consulta pública. Foto: Nathalia Williany/A UFPB SOMOS NÓS/Reprodução.
Gustavo Bastos – Redação Universidade à Esquerda – 21/06/2021
O reitor interventor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), empossado por Bolsonaro sem receber um voto sequer da comunidade, ataca novamente os trabalhadores e estudantes da universidade. Dessa vez, o ataque é às representações políticas e trabalhistas. O interventor escolhido por Bolsonaro, Valdiney Veloso Gouveia, quer que os sindicatos e o Diretório Central dos Estudantes (DCE) deixem as sedes que ocupam na universidade.
Ao DCE, o reitor enviou uma cobrança no valor de R$800.000,00 (oitocentos mil reais) em aluguéis atrasados, mais taxas de energia e água. Caso a entidade não pague essa dívida, o interventor argumenta que a entidade deve sair do espaço da universidade.
No mesmo sentido, a reitoria enviou ao sindicato dos técnicos-administrativos (SINTESPB) e ao sindicato dos docentes (ADUFPB) um ofício com a cobrança de uma dívida milionária. R$2,6 milhões de reais em aluguéis, dando um prazo de 45 dias para o pagamento, caso contrário, os sindicatos devem também deixar a universidade.
Para a ADUFPB, o sindicato nunca deixou de honrar os compromissos firmados com a universidade:
“A ocupação dos espaços físicos pela ADUFPB nos quatro campi sempre obedeceu às regras e normas vigentes, pois sempre decorreu de acordos públicos expressos em contratos selados entre as duas partes. Durante todo o período de utilização dos espaços de cada uma das suas sedes, a entidade sindical sempre custeou a manutenção e conservação das edificações, contribuindo, além disso, para a conservação das áreas onde as sedes estão localizadas (ADUFPB)”
É evidente que, ao tratar como locatários comerciais e prestadores de serviços privados as entidades representativas estudantis e dos trabalhadores, o interventor na verdade busca a expulsão e a repressão de qualquer aspecto de criticidade ao seu ilegítimo mandato, mas também ao próprio governo federal e às formas de organização da sociedade. Esse tipo de atitude não é compatível, de forma alguma, com a instituição universitária; que deveria, isto sim, atuar como voz crítica da sociedade.