Leila Regina – Redação UàE – 13/08/2018
No próximo dia 14/08, o assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, completará cinco meses e permanece sem solução. A investigação segue sob responsabilidade da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio de Janeiro.
A execução da vereadora e do motorista causaram indignação diante dos indícios da motivação políticas. A vereadora atuou na CPI das Milícias na Alerj antes de ser candidata, e estaria no alvo das milícias devido a sua atuação.
A possibilidade do envolvimento de políticos e milicianos seriam fatores que aumentam a complexidade das investigações e contribuem para o seu prolongamento. Depois de mais de 150 dias desde o assassinato ainda não há indiciados.
Diante da morosidade do caso, o ministro da Segurança Pública, Raul Julgmann, declarou que a Polícia Federal estaria a disposição para federalizar a investigação, caso fosse convidado. Entretanto, este deslocamento de competência é um recurso raramente usado e o MP do Rio já se colocou contrário devido a autonomia dos ministérios públicos estaduais. A OAB, seção do Rio de janeiro, também já se pronunciou confiante na conclusão do inquérito ainda que admita a demora da investigação.
Marcelo Freixo, colega de partido com quem Marielle trabalhou por mais de 10 anos, ainda não foi chamado a depor. Publicamente declarou ter se reunido com delegados da Divisão de Homicídios da PC e procuradores do MP e se colocado à disposição das investigações, indicando a possibilidade de envolvimento de deputados estaduais do MDB no caso.
A demora na investigação é vista com preocupação por especialista e movimentos sociais. A possibilidade de impunidade de um caso tão extremo de ataque direto a lideranças do campo dos direitos humanos é mais um indício da fragilidade da democracia brasileira.