Imagem: Imagem: Colagem UàE. Fonte: Roberto Parizotti/FotosPublicas.
Publicada originalmente em Universidade à Esquerda.
Morgana Martins – Redação UàE – 20/04/2021
Discutimos quase cotidianamente em nosso jornal os impactos da crise econômica na vida da classe trabalhadora brasileira: 32,4 milhões de brasileiros utilizam aplicativos como fonte de renda; a epidemia chega na mesa do jantar; 61,7 milhões são informais ou desempregados. Hoje, noticiamos mais uma face da situação da classe trabalhadora frente à crise econômica que se revela: merendeiras de diversas regiões do país estão sem salário a meses, todas elas contratadas por empresas terceirizadas.
Em Salvador, merendeiras de algumas escolas municipais de Salvador fizeram uma manifestação na quinta-feira passada (15), no bairro de Pirajá, por estarem sem salário desde fevereiro. Elas realizaram um ato na frente da sede da Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coeba), prédio em que é localizada a empresa terceirizada responsável pelas suas contratações.
As mulheres denunciam que algumas delas assinaram um aviso prévio de demissão, no dia 15 de março, mas não tiveram mais informação sobre os pagamentos. A categoria também critica a falta de comunicação com a prefeitura.
No Rio de Janeiro, trabalhadoras da Empresa terceirizada PRM Serviços e Mão de Obra denunciam que estão há quatro meses sem salários. A empresa presta serviços à Prefeitura do Rio, que englobam também a limpeza de cozinhas e escolas.
As trabalhadoras realizaram denúncias, reproduzidas pelo jornal Esquerda Diário, que dizem que há um jogo entre a empresa e a prefeitura, sem que nada se resolva. “ Até hoje dia 12/04/2021 estamos sem pagamentos e sem o ticket alimentação, a empresa fala que a prefeitura não está fazendo os repasses e a prefeitura informa que a empresa está com o contrato suspenso com a mesma por isso não vai pagar nada e que não deve a empresa, e nós trabalhadores que ficamos nessa situação sem direito a nada!”, diz uma trabalhadora.
Em Uberaba, desde a suspensão das aulas presenciais e do contrato entre a Nutriplus e a Prefeitura Municipal de Uberaba, as merendeiras enfrentam a falta de salário, atrasos no pagamento e demissão. As que tinham contrato intermitente, estão sem receber salário há nove meses. Além disso, recentemente, 96 merendeiras, com contrato convencional, foram dispensadas.
Uma das merendeiras relatou ao JM Online que estão desconvocadas do serviço, sem previsão para voltar e desde então com a carteira presa, porque ela está assinada. “Não recebemos cesta e nem dinheiro e precisávamos que nos mandassem embora. Estamos passando dificuldades, quase sem ter o que comer”, disse uma das merendeiras.