[Notícia] Metroviários de SP defendem sua sede contra leilão de Dória

Foto: Sindicato dos Metroviários de São Paulo

Flora Gomes Publicado originalmente no Universidade à Esquerda – 28/06/2021

A categoria dos metroviários em São Paulo estão em luta para defender a sede do sindicato após a direção do Metrô e João Dória (PSDB) colocarem os prédios à venda em um leilão em 28/04. O governador do estado entrou com um pedido de reintegração de posse dos prédios, ameaçando o sindicato com uso da força policial e arrombamento. O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TCE) acatou o pedido na última quinta-feira (22/06) e exigiu a desocupação dos prédios em cinco dias. 

Após a decisão do estado, no dia 23/06, os metroviários realizaram um ato na sede, com uma caminhada pela Avenida Radial-Leste. Estiveram presentes movimentos sociais, como o MTST, e centrais sindicais, como CSP-Conlutas e CTB, além de partidos e organizações de esquerda, como o PSOL. 

O TCE já havia negado o pedido feito pela categoria para impedir a venda dos terrenos onde funciona a sede. Estes estão localizados no centro da capital paulista, e serão leiloados para serem utilizados para fins comerciais. A justificativa dada pelo governo é a queda na arrecadação devido à pandemia. Contudo, tendo em vista o papel importante do sindicato na organização dos trabalhadores em São Paulo, o ataque de Dória tende a ser de cunho político

A sede do sindicato fica localizada em terrenos em regime de comodato e foi inaugurada em dezembro de 1990. Ela foi construída e mantida com recursos da própria categoria. O espaço possui uma infraestrutura robusta, contando com uma quadra poliesportiva, estúdio musical, salas e áreas de lazer. Diversos eventos políticos – assembleias, congressos, reuniões – e de lazer – festas, shows – já foram realizados no local. O espaço funciona como um importante aglutinador da categoria.

O governo do estado já entrou em outros embates com a categoria durante a pandemia. Em maio, os metroviários realizaram uma mobilização exigindo  reposição salarial, de cerca de 10%, baseado no IPC-Fipe; reajuste do vale alimentação; recuperação dos direitos do acordo coletivo que não foram cumpridos (como adicionais noturnos de 50% e de férias de 70% sobre o salário); e pagamento de pelo menos 50% da Participação nos resultados de 2019 que estão em atraso.

Leia também: Greve dos metroviários em São Paulo 

Além disso, apenas após a mobilização da categoria foi possível garantir a vacinação do setor.

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